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Alerta na segurança
COM DOIS trimestres seguidos de evidência, confirma-se inflexão preocupante na segurança pública do Estado de São Paulo. No final de 2008 e no início deste ano, parou de
cair e voltou a aumentar a ocorrência de homicídios dolosos,
depois de uma queda firme e
contínua ao longo de sete anos.
Soma-se a isso o avanço no número de roubos e estupros e se
terá um quadro que justifica o
alerta das autoridades. Já sobre
os latrocínios, ora em alta, e os
roubos a bancos, em queda, não
se podem tirar conclusões peremptórias, dado o baixo número dessas ocorrências, o que favorece bruscas variações.
Alguns analistas dizem que o
Estado de São Paulo estaria próximo de seu limite, no que tange
ao nível de homicídios. A taxa de
assassinatos no território paulista foi reduzida em dois terços
desde 1999. Naquele ano ocorreram 36 casos para cada grupo de
100 mil habitantes; em 2008, esse índice baixou para 11.
A taxa de homicídios nos EUA,
por exemplo, está em torno de 6
em 100 mil -cifra que sobe para
7 na sua maior metrópole, Nova
York. Países desenvolvidos da
Europa, contudo, em geral ostentam taxas abaixo de 3.
Autoridades paulistas -Estado que melhor enfrenta o problema da segurança pública no
país- não deveriam agora tomar, como pretexto para o comodismo, a questionável ideia
de que se chegou próximo do piso na queda dos homicídios. Até
porque as estatísticas mais recentes mostram o contrário.
Os homicídios dolosos só não
se mantiveram em queda na virada de 2008 para 2009 porque
ocorreu um surto de delinquência em cidades do interior. Replanejar e reforçar o combate ao
crime nessas regiões é uma diretriz que, bem executada, permitirá reduções ainda maiores de
homicídios no Estado.
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