São Paulo, domingo, 03 de maio de 2009

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Editoriais

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Alerta na segurança

COM DOIS trimestres seguidos de evidência, confirma-se inflexão preocupante na segurança pública do Estado de São Paulo. No final de 2008 e no início deste ano, parou de cair e voltou a aumentar a ocorrência de homicídios dolosos, depois de uma queda firme e contínua ao longo de sete anos.
Soma-se a isso o avanço no número de roubos e estupros e se terá um quadro que justifica o alerta das autoridades. Já sobre os latrocínios, ora em alta, e os roubos a bancos, em queda, não se podem tirar conclusões peremptórias, dado o baixo número dessas ocorrências, o que favorece bruscas variações.
Alguns analistas dizem que o Estado de São Paulo estaria próximo de seu limite, no que tange ao nível de homicídios. A taxa de assassinatos no território paulista foi reduzida em dois terços desde 1999. Naquele ano ocorreram 36 casos para cada grupo de 100 mil habitantes; em 2008, esse índice baixou para 11.
A taxa de homicídios nos EUA, por exemplo, está em torno de 6 em 100 mil -cifra que sobe para 7 na sua maior metrópole, Nova York. Países desenvolvidos da Europa, contudo, em geral ostentam taxas abaixo de 3.
Autoridades paulistas -Estado que melhor enfrenta o problema da segurança pública no país- não deveriam agora tomar, como pretexto para o comodismo, a questionável ideia de que se chegou próximo do piso na queda dos homicídios. Até porque as estatísticas mais recentes mostram o contrário.
Os homicídios dolosos só não se mantiveram em queda na virada de 2008 para 2009 porque ocorreu um surto de delinquência em cidades do interior. Replanejar e reforçar o combate ao crime nessas regiões é uma diretriz que, bem executada, permitirá reduções ainda maiores de homicídios no Estado.


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