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Editoriais
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Crise de aloprados
Alcançado o empate com o adversário tucano nas pesquisas
eleitorais, a campanha de Dilma
Rousseff parece experimentar
uma crise interna. Que não nasce
de divergências ideológicas, tampouco de discordâncias sobre a
estratégia de marketing a seguir,
mas da disputa por poder.
Suspeitas levantadas pela revista "Veja" acirraram o conflito, ao
que tudo indica já existente, entre
um grupo de petistas de São Paulo
-integrantes da coordenação nacional da campanha- e Fernando
Pimentel, ex-prefeito de Belo Horizonte e coordenador da candidatura governista.
Segundo a publicação semanal,
um "grupo de inteligência" foi
montado por homem próximo de
Pimentel. Os "espiões" petistas
sob o seu comando teriam investigado a facção rival. Suspeita-se
que preparassem dossiês contra o
postulante do PSDB à Presidência, José Serra.
Figuras de proa da candidatura
Dilma, como o ex-ministro Antônio Palocci e o deputado Rui Falcão (SP), têm usado o episódio para tentar minar o poder de Pimentel na campanha.
A arapongagem de araque
-tanto quanto o fogo amigo- não
é nova no mundo petista. Em
2006, uma equipe de "aloprados",
como vieram a ser caracterizados
pelo presidente Lula, foi flagrada
com malas de dinheiro sujo numa
operação para atingir a campanha
tucana ao governo de São Paulo.
O tosco pragmatismo de alguns
setores do PT parece não conhecer
limites, como provam os sucessivos escândalos gestados nos últimos anos. Aloprados e arrivistas
sintetizam o que há de pior no petismo desde sua chegada ao poder
na esfera federal. Atuam à sombra
e buscam conspurcar o processo
eleitoral com farsas e manipulações. Desrespeitam a democracia
e o eleitor, que nada têm a ganhar
com a praga dos dossiês.
Até aqui, a corrida presidencial
não registrou golpes baixos ou
grosserias. É de esperar que prossiga assim, em termos civilizados,
e se paute pelo debate de propostas para o país. Para isso, eventuais movimentações de bastidores, como as mencionadas, devem
ser cortadas pela raiz -tanto de
um lado, quanto de outro.
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