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São Paulo, quinta-feira, 03 de julho de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Terra
"Se a reforma patrocinada pelo governo não está conseguindo solucionar as questões relacionadas à distribuição de terra, é razoável esperar que menos sucesso ainda seja obtido se essa distribuição for feita de forma desordenada a partir das exigências dos sem-terra. Dessa forma, fica evidente que a invasão de terras para obrigar o governo a implementar a reforma agrária não é uma decisão correta."
Luís Felipe Vendramim (Piracicaba, SP)

Fórmula maravilhosa
"Gostaria de saber por que um pequeno comerciante que pagou no ano passado para a Prefeitura de São Paulo uma Taxa de Licenciamento e Funcionamento de R$ 57 terá de, neste ano, pagar nada menos do que R$ 400 -sem que o seu empreendimento tenha tido nenhum tipo de alteração desde a sua fundação. Se a intenção é acabar com as pequenas empresas de São Paulo, a dona Marta encontrou uma fórmula maravilhosa."
Dorival Menezes Leal (São Paulo, SP)

Radicais
"Durante longo mas ainda recente período, muitos brasileiros lutaram pelo direito de opinar e de divergir. Muitos desses brasileiros encontram-se no governo Lula. Isso seria louvável não fosse o fato de a bancada do PT ter resolvido cassar o direito de opinião da senadora Heloísa Helena, uma das poucas vozes coerentes do partido que hoje está no governo. E isso depois de a Comissão de Ética da agremiação ter optado por julgá-la em setembro. Parabenizo o senador Suplicy pela maneira ética e elegante como agiu no episódio e mostro minha decepção com o senador Tião Viana."
Luiz Marcolino (Rio de Janeiro, RJ)

Na Nigéria
"O governo arranjou mais um pretexto para não baixar o preço extorsivo do combustível que vende ao povo brasileiro. Agora é a crise da Nigéria. Vamos continuar sendo roubados e fazendo papel de idiotas perante a oligarquia estelionatária que faz impunemente o que bem entende por aqui. Mas nós merecemos, porque somos um povo covarde e infame, que não é capaz de dar um basta a tanta safadeza."
Silvio de Barros Pinheiro (Santos, SP)

Página 2
"O presidente precisa ser trocado". Essa é a leitura que fiz da página A2 da Folha de 1º/7. Apesar da análise impecável sobre a popularidade de Lula no editorial "Estoque de paciência", duas colunas da página de Opinião me levam à conclusão acima. Eliane Cantanhêde, minha colunista preferida, esboça sua honesta e corajosa opinião de que tudo está meio devagar -e revela que ela está cheia de dúvidas. Concordo. Mas conclui num tom que me deixou na expectativa: no encontro do uísque com a cachaça, quem vai acabar bebendo no copo de quem -os formadores de opinião ou o povo? Carlos Heitor Cony pondera que Lula ainda não demonstrou nenhuma aptidão para um cargo executivo. Concordo mais com Andrew Carnegie: "Um dos segredos do êxito empresarial" (e governamental) "consiste não em a própria pessoa fazer o trabalho, mas em reconhecer o homem apropriado para fazê-lo". Senhores "formadores de opinião", se a única coisa que a pessoa tem é esperança -e, como mostrou no domingo a pesquisa Datafolha, infiro que seja o caso de muitas pessoas no nosso país-, não é justo que tirem isso dela. Depois de FHC, o maior estadista dos últimos tempos, fica claro que a solução para o Brasil não passa só pelas qualidades de quem ocupa a cadeira número 1. Passa, talvez, pela credibilidade popular."
José Carlos Silva Valeriano (Itabira, MG)

Turismo
"Em relação ao artigo "França é exemplo de turismo", de Silvio Cioffi, publicado no caderno Turismo em 30/6, quero esclarecer que de maneira nenhuma a Embratur "põe em banho-maria a política de promover profissionalmente a vinda de turistas ao país" e que estaria na "contramão da profissionalização". O novo governo já cumpriu o compromisso de, além de criar um ministério exclusivo para o turismo, profissionalizar a Embratur, dando a ela um foco gerencial como jamais se viu no setor. À política de trabalhar em conjunto com o Itamaraty e com seus diplomatas para a promoção do Brasil no exterior somam-se outras ações, como o lançamento de uma agenda de promoção comercial -em que dobramos a participação do país em feiras de turismo- e parcerias de trabalho como as assinadas recentemente com a Infraero e com a Federação Brasileira dos Conventions & Visitors Bureaux. Essas são apenas algumas das ações com que buscamos atingir a meta de dobrar o número de visitantes estrangeiros nos próximos quatro anos. Quanto aos comitês Visit Brasil -Londres, Roma, Washington e Paris-, eles continuarão funcionando. Apenas no caso de Londres estão sendo trocados funcionários, sem nenhum prejuízo ao funcionamento do escritório."
Adrian Alexandri, assessoria de comunicação da Embratur (Brasília, DF)

Resposta de Silvio Cioffi, editor do caderno Turismo - Sem verbas, os comitês Visit Brasil funcionam precariamente. Desse jeito, fica difícil acreditar no "espetáculo do crescimento" prometido pelo assessor da Embratur para daqui a quatro anos.

CUT unida
"A CUT realizou reunião no dia 1º de julho em Brasília e todas as federações e confederações reafirmaram a necessidade do fortalecimento da CUT e a importância da nossa central sindical no encaminhamento das lutas do funcionalismo público federal, estadual e municipal. As entidades do funcionalismo que participam do processo de criação de uma outra central nunca foram filiadas à CUT, portanto na nossa central não está havendo nenhum "racha". Quem nunca entrou não pode estar saindo."
João Felício, secretário-geral da CUT nacional (Brasília, DF)

S
"Em relação ao artigo de Arnaldo Niskier ("A emoção do presidente", 2/7), que aborda o chamado sistema "S", eu, como pequeno empresário, afirmo que o Senac representa um dos maiores desvios de função já vistos neste país. Sustentado pelos empresários por meio de contribuição compulsória, o maior projeto do Senac é a sua faculdade caríssima, frequentada apenas por aqueles que podem pagar mensalidades altíssimas, o que certamente afasta os comerciários, público que deveria usufruir de tal instituição.
Odair Carlos Neves (São Paulo, SP)

Etnias
Em "A primeira pedra" ("Tendências/ Debates", 1º/7), o brasileiro Ruy Altenfelder se ufana da "harmonia, solidariedade e paz" que há no convívio interétnico em seu país. O seu artigo faz uma guerra com pedras contra a constatação do racismo à brasileira pela ONU, a "deturpar a imagem nacional no exterior". Que os movimentos negro e indígena lhe perdoem, porque ele mora bem, não conhece a periferia, não conhece aldeias indígenas, não constata a segregação espacial e não percebe a herança escravista. O autor diz que o problema é econômico, e não étnico, e fala em "503 anos de história oficial". Sai em defesa duma identidade nacional arranhada. É preciso, porém, reafirmar que este território nasceu escravista, sob o ódio racial, promoveu a imigração com vistas ao embranquecimento e permanece odiosamente racista, muito devido ao esquecimento que se reinstaura no meio do caminho."
Fernando Braga Franco Talarico (São Paulo, SP)


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