São Paulo, domingo, 03 de julho de 2011

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TENDÊNCIAS/DEBATES

A bola não entra por acaso

LUIS ALVARO DE OLIVEIRA RIBEIRO


As conquistas de Barcelona e Santos deixam claro que vitórias e títulos esportivos são fruto de organização, planejamento e seriedade

Este artigo tem o mesmo título do livro de Ferran Soriano, ex-vice-presidente do Barcelona, escrito para descrever a história de sucesso do clube iniciada em 2003, quando sócios com experiência administrativa se uniram em torno de um projeto para o tradicional clube catalão, destinado a ganhar as eleições para dirigir o clube e, a partir daí, implementar processos de gestão de primeira linha. Objetivo: torná-lo mais competitivo.
Os frutos são conhecidos. O Barcelona ganhou recentemente o título da Liga Espanhola pela terceira vez seguida e logo depois foi campeão da Liga dos Campeões da Europa, tendo em Lionel Messi um jogador diferenciado. Há alguns paralelos nessa trajetória com a história recente do Santos Futebol Clube. Também em nosso caso, um grupo de sócios se articulou há alguns anos para pensar em um projeto de longo prazo para o clube, baseado em princípios de gestão moderna e eficiente.
Esse grupo venceu as eleições do Santos em dezembro de 2009, e logo começou a colocar em prática um novo sistema de administração.
Desde então, o clube foi campeão do Campeonato Paulista duas vezes (2010 e 2011), campeão da Copa do Brasil (2010) e acaba de se sagrar, pela terceira vez, campeão da Libertadores da América, competição que é um verdadeiro ícone.
O Santos, assim como o Barcelona, também tem o seu craque especial: Neymar. As conquistas de Barcelona e Santos deixam claro que vitórias e títulos são fruto de organização, gestão, planejamento e seriedade.
Diz Ferran Soriano no livro: "Assim, se quisermos ter (...) uma equipe que tenha possibilidade de ganhar campeonatos de forma periódica e recorrente, devemos trabalhar com firmeza para ter um clube grande, que gere receitas suficientes para contratar o melhor talento futebolístico disponível. E isso se faz trabalhando duro, administrando com bom critério, com o mesmo senso comum que utiliza o diretor de corporação multinacional ou o comerciante da esquina".
Em dezoito meses de nova administração, mais de 18 mil novos sócios se filiaram ao Santos Futebol Clube. Receitas com as rendas dos jogos mais do que duplicaram, os patrocínios quase triplicaram e o ídolo Neymar preferiu ficar em Santos a aceitar convite do exterior, graças a um estruturado plano de carreira que mescla remuneração, publicidade e ações de marketing.
Processos adequados de gestão são mais do que vitoriosos no futebol da Europa, e também no basquete e no futebol americano dos Estados Unidos, administrados, respectivamente, pela National Basketball Association (NBA) e pela National Football League (NFL).
A gestão no esporte, quando exercida de forma responsável, acaba gerando benefícios para todos os elos dessa cadeia. A bola, de fato, nunca entra por acaso.

LUIS ALVARO DE OLIVEIRA RIBEIRO é empresário e presidente do Santos Futebol Clube.

Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. debates@uol.com.br


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