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São Paulo, domingo, 03 de agosto de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Governo
"O governo Lula vem conseguindo, até o momento, ser realista.
Tem buscado corrigir a herança maldita sem ficar remoendo o passado e sem romper contratos, tenta conter o rombo da Previdência e reformular o ICMS, principal fonte de recurso dos Estados, e luta para combater a inflação e reduzir o risco Brasil. É o ideal? Não! É o possível? Talvez. No primeiro ano, prioriza o econômico, nos outros, a meta é o social.
O maior desafio do governo Lula será a relação com o FMI. Vai continuar dependendo das chamadas ajudas financeiras? Vai continuar sacando linhas de créditos para fortalecer as reservas do país? Vai continuar dependendo de recursos do fundo para poder fechar as contas externas sem déficit?
Aí se encontra o nó górdio dos países em desenvolvimento. Quanto mais ajuda do FMI, maior a dependência."
Antonio Negrão de Sá (Rio de Janeiro, RJ)
 

"Normalmente leio a Folha na internet, mas, na sexta-feira, não resisti e tive de imprimir -para reler com calma- o editorial "Desarmar a armadilha".
É a melhor análise já escrita sobre este início de governo Lula. Não que não devesse saber de antemão que seria difícil para Lula cumprir promessas mirabolantes, administrar um país complexo e satisfazer a esperança do povo. Sabia, mas não esperava que o caminho escolhido fosse tão catastrófico: o imobilismo como tônica.
O PT não tem programa, não tem administradores e não tem competência. E agora, diante das reformas salvadoras, parece não ter firmeza nem caráter."
Antonio do Vale (São Paulo, SP)

Aviões
"Até quando o DAC (Departamento de Aviação Civil) vai fazer vista grossa à operação dos Boeing 737-200 no aeroporto de Congonhas?
Essa aeronave está, no mundo todo, proibida de operar em aeroportos localizados em áreas habitadas, pois emite ruído muito acima dos níveis permitidos para essas áreas -o que é condenado pela OMS devido ao prejuízo que causa à saúde. Será que o DAC sabe que, durante o dia, crianças, velhos e doentes estão em casa condenados a essa exposição?
Até quando seremos expostos à boa vontade do DAC com a Vasp?"
Newton B. G. de Oliveira (São Paulo, SP)

Iraque
"Quantos soldados norte-americanos ainda vão morrer no atoleiro do Iraque para defender as mentiras do senhor George Walker Bush?"
Silvio de Barros Pinheiro (Santos, SP)

Cultura e cinema
"Extraordinário o artigo de Aloizio Mercadante sobre a cultura e o cinema no contexto da inclusão social e do desenvolvimento econômico ("Cultura e desenvolvimento", Dinheiro, 27/7).
O senador demonstra dominar o assunto, fato raro entre homens públicos, e ter posições firmes sobre a importância do setor. Poderá ajudar muito no Senado. Pena que não tenha um cargo executivo para implantar suas idéias."
Paulo Thiago, presidente do Sindicato Interestadual da Indústria Cinematográfica e Audiovisual (Rio de Janeiro, RJ)

Armas
"No desespero de corrigir erros cometidos no país, deixamos de lado algumas observações.
Imaginemos o dono de uma pequena propriedade rural. Como poderá ele se defender se não tem o direito de se armar?
Imaginemos um bandido que sabe que nas propriedades rurais não existem armas. Ele não as atacaria? O uso de armas deve ser desestimulado, porém devemos entender que a sociedade ainda necessita de muita melhora.
PS - Não sou proprietário rural nem possuo armas, mas estou cansado de ler "blablablás" interesseiros."
Carlos Henrique Branco (Valença, RJ)

Previdência
"Enquanto o presidente Lula afirma ser contrário à elevação do subteto do Judiciário para 90,25%, a sua base no Congresso continua a discutir a elevação diretamente com o Judiciário.
Duas possíveis alternativas explicam tal fato:
a) o governo cansou de remar contra a maré e, para não ter de ceder novamente, joga o ônus de tal medida para o Congresso. Tal justificativa pode ser considerada, no mínimo, uma atitude covarde;
b) o governo ainda está empenhado em aprovar a reforma tal como ela foi enviada. Neste caso, a chamada ala radical é bem maior do que se supunha anteriormente.
Em qualquer uma das situações, o governo se mostra fraco e, o que é pior, descaracteriza o que até havia pouco era imutável."
Sérgio Sztajnbok (São Paulo, SP)
 

"A Folha está de parabéns.
Em primeiro lugar, porque estampou na Primeira Página de 1º/8 o verdadeiro problema social brasileiro: o pagamento de juros. Foram R$ 74 bi pagos em seis meses. É o absurdo que a sociedade não combate.
Em segundo lugar, por permitir, em "Tendências/Debates", que verdadeiros juristas -Arnoldo Wald e Ives Gandra- exponham suas brilhantes concepções. Estes, sim, são os advogados que podem opinar sobre a reforma da Previdência, porque têm capacidade e gabarito para tanto."
Marcelo Dumont Pires (Belo Horizonte, MG)
 

"Dois juristas de expressão do mundo jurídico nacional, Arnoldo Wald e Ives Gandra Martins, assinaram artigo na Folha em 1º/8 em que mostraram a necessidade de tratamento diferenciado das regras da Previdência relativas aos magistrados, certamente porque é o Judiciário o único Poder que fiscaliza o Executivo e o Legislativo sem conotação político-partidária, de acordo com regras técnicas de direito.
Outro jurista de escola, por sinal vinculado ao PT, Celso Antônio Bandeira de Mello, professor de direito administrativo da PUC-SP, declarou na "Tribuna do Direito" (agosto/2003), com todas as letras, que a proposta de reforma previdenciária vai destruir o serviço público e, em relação ao Ministério Público e à magistratura, "só três espécies de pessoas ingressarão nessas carreiras: deslavados ladrões, imbecis e incautos".
Mais não será preciso dizer."
Celso Luiz Limongi, desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e primeiro vice-presidente da Associação Paulista de Magistrados (São Paulo, SP)
 

"Certas manifestações me embrulham o estômago.
Os doutores da lei Arnoldo Wald e Ives Gandra Martins advogam tratamento especial para o Judiciário deste país, que tem os olhos bem abertos para os três "pês': pobre, preto e prostituta.
A palavra-chave, senhores advogados, é igualdade. Posso também pedir isso em favor dos diplomatas que representam o Brasil, dos professores que nos dão saber, dos bombeiros e dos militares que arriscam suas vidas, dos médicos que salvam nossas vidas. A lista é interminável.
O texto desses senhores verte a seiva da badalação. Tenham paciência!"
Antonio Carlos Del Galo (São Paulo, SP)


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