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ELIANE CANTANHÊDE
O tabuleiro da reeleição
BRASÍLIA - Um dos erros mais
evidentes do governo Lula foi ter
deixado o Congresso, digamos, desguarnecido. Petistas destacados foram para o sacrifício em 2002, como Genoino, que perdeu o governo
de São Paulo e ficou sem mandato.
Outros, como Dirceu e Palocci, foram reforçar os quadros do próprio
governo. E a maior bancada federal
da história do PT, com 91 deputados, ficou sendo um amontoado de
novatos -alguns bem deslumbrados, como se viu depois.
Agora, Lula e o PT tentam se articular um pouco melhor para um
eventual segundo mandato. A estimativa, excessivamente otimista, é
de uma bancada de 80 a 100 deputados, com o reforço no Congresso de
gente como os próprios Palocci e
Genoino, alguns ex-governadores e
ex-prefeitos e o ex-senador José
Eduardo Dutra (que tem uma eleição difícil em Sergipe).
Devem ainda tentar um basta nas
eternas briguinhas de tendências
que impediram José Eduardo Cardozo ou Sigmaringa Seixas de disputarem a presidência da Câmara.
Além disso, Lula deverá contar
no Executivo, se for reeleito, com
reforços como Marta Suplicy, Aloizio Mercadante, caso perca em São
Paulo, Jorge Viana, do Acre, Zeca
do PT, de Mato Grosso do Sul, além
do prefeito licenciado de Diadema
(SP) José de Filippi Júnior, tesoureiro da campanha da reeleição e
uma espécie de Palocci de 2002.
Também estão na lista de 2007,
caso Lula continue no Planalto, os
ex-ministros Ciro Gomes, Eduardo
Campos e Aldo Rebelo (atual presidente da Câmara), que são de partidos aliados, passaram incólumes
pela avalanche e têm uma lealdade
de mão dupla com Lula.
Lula também aprendeu no que dá
depender tanto de PTB, PL, PP e
quetais. Todo o tabuleiro terá uma
peça-chave: o PMDB. O que significa trocar um mal necessário por outro. Ou somar os dois.
elianec@uol.com.br
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