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Editoriais
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Mais equilíbrio
PRINCIPAL PONTO de tensão
na América do Sul, as relações da Colômbia com seus
vizinhos "bolivarianos" Venezuela e Equador passam por
mais um momento delicado. O
motivo da discórdia é o reforço
da atuação militar norte-americana em território colombiano.
O novo acordo entre os dois
países está ligado ao fato de o
Equador ter se recusado a renovar a permissão de uso da base de
Manta pelos EUA. Já o governo
colombiano considera que o
apoio de Washington continua
sendo indispensável para suplantar a guerrilha. Criticado por
Hugo Chávez, o presidente Álvaro Uribe reagiu com a insinuação
de que Caracas teria fornecido
lança-foguetes para as Farc.
Na semana passada, o presidente Lula manifestou descontentamento com a decisão colombiana e novamente criticou a
reativação da Quarta Frota Naval dos EUA para atuar no Atlântico Sul. Ontem, em entrevista à
Folha, o chanceler Celso Amorim reafirmou o desconforto do
governo brasileiro com as movimentações norte-americanas.
Está certo o Brasil em expressar apreensões sobre o que parece ser uma estratégia de aumento da presença militar da superpotência na região. Não é bom
para o continente que se criem
desequilíbrios e condições propícias a uma corrida militarista.
É preciso entretanto que o Itamaraty supere a surrada retórica
antiamericanista e deixe de tratar Chávez como uma espécie de
líder folclórico e inimputável,
sempre vítima de interpretações
equivocadas, cujas ações nunca
representam nenhum tipo de
ameaça. Não é demais lembrar
que o presidente venezuelano
firmou acordos militares com a
Rússia e ofereceu instalações para as forças daquele país. O governo brasileiro nada disse.
O Brasil reúne condições de
exercer papel relevante no cenário regional e internacional. Mas,
sem equilíbrio, o risco é que perca a confiança e o respeito necessários para essa missão.
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