São Paulo, segunda-feira, 03 de setembro de 2007

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PAINEL DO LEITOR

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Desastre
"Imaginei que o desastre que ocorreu com o choque de dois trens lá no Rio de Janeiro e que deixou oito mortos e uma centena de feridos fosse causar a mesma comoção nacional que ocorreu com a tragédia do Airbus da TAM. No entanto até agora ninguém viu o movimento "Cansei" convocar a nação para um minuto de silêncio em solidariedade aos familiares das vítimas e muito menos a indignação de Hebe Camargo, Regina Duarte, Ivete Sangalo e Ana Maria Braga. Também não se tem notícia de que os atletas de todas as modalidades esportivas da nação vão atuar nas competições com tarja negra no braço, e até agora o presidente da República não decretou luto de três dias no país. Não estou criticando as homenagens que acertadamente fizeram às vítimas do Airbus. Mas, a partir do momento em que os gestos não se repetem com as vítimas do desastre no Rio, talvez por serem eles pobres e negros, comprova-se a tese que até na hora da morte o Brasil se divide em Casagrande e Senzala."
PEDRO VALENTIM (Bauru, SP)

Janio
"Desencantada com a situação política em nosso país, deixei de ler jornais e de assistir aos noticiários engajados da TV. Mas tive novo alento ao ler, por indicação de meu filho, as colunas de Janio de Freitas, cujos textos, revelando uma singular agudeza de visão, demonstram séria e profunda preocupação e suscitam questões que escapam à maioria dos analistas. A seqüência "Além da corrupção" (23/8), "Os propósitos reais" (28/8) e "O lado deprimente" (30/8) mereceria uma republicação, em uma mesma página, pois aborda com profundidade o problema maior que oprime e envergonha o Brasil: a improbidade dominante na nossa classe política, prenúncio de um sombrio futuro."
ZENILDA NUNES LINS (Florianópolis, SC)

Lula
"Sr. presidente, peço-lhe que, a partir de hoje, considere extintos os fiapos de apoio que lhe prestava a partir da outorga dada ainda no primeiro mandato -e apenas nesse- para me representar no governo do país. Não o considero capaz de dirigir os destinos da nação após ouvi-lo dizer ser o seu partido político o campeão da ética e da moralidade."
CARLOS BRUNI FERNANDES (São Paulo, SP)

São Paulo
"As páginas do jornal estão saturadas de notícias sobre o julgamento do STF e do caso Renan: isto está monopolizando a mídia, que parece eleger Brasília como o único problema sério do país. Aqui, no mais rico Estado da Federação, as coisas continuam péssimas, mas isto não parece render "ibope". A educação chafurdou, a saúde é uma piada, o trânsito está cada dia mais perigoso. Duzentas pessoas morreram no acidente da TAM, mas quantos morrem nesta cidade a cada dia? Adolescentes se matam às dezenas todos os dias, pessoas morrem nas filas dos hospitais, as polícias se confundem com a bandidagem, educadores são agredidos por alunos. A imprensa independente deveria olhar mais por nossa cidade e nosso Estado. Há muitos jornais olhando só para Versalhes. Chega!"
MARA CHAGAS (São Paulo, SP)

Importações
"Leio na Folha que o governo estuda cortar tarifas de importação de alimentos para controlar os preços. Isto já deveria ter sido feito há muito tempo, principalmente em relação ao leite e derivados, que aumentaram cerca de 50% de janeiro para cá. Há dois anos um litro de leite longa vida custava pouco mais de R$ 1 e agora está em R$ 2,30. O mesmo aconteceu com o arroz, cujo preço caiu 50% com a abertura das importações há três anos. O governo vem demorando a agir."
PAULO SERODIO (São Paulo, SP)

Vale do Rio Doce
"Parabéns ao professor Fábio Konder Comparato por alertar o país sobre o crime de lesa-pátria cometido com a "entrega" da Companhia Vale do Rio Doce para a iniciativa privada. Que o Ministério Público Federal apure com a mesma veemência o crime denunciado nesta Folha, e que a mídia cubra as investigações com o mesmo espaço e empenho com que o faz na caso do mensalão, a começar pelos políticos responsáveis por esse ato."
RENATO AFONSO GONÇALVES (São Paulo, SP)

Estudantes
"É temerária a matéria veiculada em Cotidiano sob o título "Impeachment no XI de Agosto passa na 1ª assembléia".
Ao contrário do que anuncia o título da matéria, não foi realizada uma assembléia geral na Faculdade de Direito do Largo São Francisco.
O Centro Acadêmico XI de Agosto é uma entidade jurídica submetida a um estatuto e ao ordenamento jurídico vigente, de forma que a convocação de assembléia geral deve atender a requisitos legais específicos, o que não ocorreu. Houve de fato um ato político-estudantil com o apoio do diretor João Grandino Rodas, que concedeu para a realização deste o salão nobre da faculdade, usualmente utilizado para grandes eventos internacionais e oficiais da faculdade, dispensando as aulas e disponibilizando a guarda universitária da Universidade de São Paulo para controlar a entrada e saída de alunos da reunião, exigindo a apresentação da carteirinha da USP.
O diretor vem mantendo uma postura de ingerência na política estudantil da Faculdade de Direito, desde que este Centro Acadêmico, com o apoio de grandes juristas como o ministro do STF Eros Grau, o prof. Fábio Konder Comparato e intelectuais renomados como Marilena Chaui, Aziz Ab'Saber e Marcos Nobre, repudiou a conduta do diretor em requerer a invasão da tropa de choque da polícia militar no território livre da São Francisco para proceder à desocupação forçada de estudantes e integrantes de movimentos sociais diversos."
MARINA ZANATTA GANZAROLLI , diretora do Centro Acadêmico XI de Agosto (São Paulo, SP)

Bebida
"O artigo do jornalista Ruy Castro ("Ronda" às três da manhã, 27/ 8), não no que tem de opinativo, mas no que cita como fatos, merece algumas considerações. Outra pesquisa recente da Unifesp e patrocinada pela mesma instituição de governo, a Secretaria Nacional Antidrogas (e não o Ministério da Saúde, como citado no artigo), desmente que os brasileiros estejam bebendo de forma mais abusiva do que no passado, assim como o fato de nossas crianças e adolescentes estarem começando a beber cada vez mais cedo. O estudo também contradiz a informação de que o percentual de brasileiros que bebem de forma abusiva seja maior do que os dados informados sobre outros países. A comparação das diferenças entre as duas pesquisas é dificultada pela estratégia de divulgação adotada pelas autoridades: num primeiro momento são abertos apenas dados preliminares que interessam às suas teses. Só após estes estarem consolidados na opinião pública, a íntegra é publicada, como ocorreu com o 2º Levantamento Domiciliar Sobre Uso de Drogas no Brasil (Cebrid/Unifesp). A divergência entre os resultados decorre de um fato simples: a primeira pesquisa foi realizada para o entendimento de um problema, o uso abusivo de drogas e álcool, com o intuito de propor soluções. O estudo citado no artigo tem um objetivo mais direto: justificar medidas de proibição de propaganda de cervejas como, inclusive, tem sido reportado pelos jornalistas que se ocuparam da divulgação dos dados anteriores."
MARCOS MESQUITA , superintendente do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (São Paulo, SP)

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