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Hegemonia tucana
Caso se concretize nas urnas, o
favoritismo do candidato Geraldo
Alckmin para o governo de São
Paulo irá representar a continuidade de uma hegemonia peessedebista de mais de 15 anos.
Nesse período, os tucanos executaram em São Paulo parte do
projeto de modernização que propugnavam para o país. Mário Covas assumiu em 1995, ano em que
Fernando Henrique começou seu
primeiro mandato na Presidência.
Predominava então a agenda
do ajuste fiscal, após os anos de
populismo e desordem inflacionária que se seguiram à ditadura.
Altamente endividado, São
Paulo juntou-se ao esforço federal
de saneamento das finanças. A
União assumiu as dívidas estaduais com o mercado e reescalonou pagamentos. Em contrapartida, o Estado se comprometeu a
privatizar bancos e empresas e a
observar metas de superavit.
A imagem de administradores
responsáveis constituiu-se em
trunfo político, mas os tucanos
também progrediram em áreas de
interesse direto da população.
Na saúde, os gastos não excederam o determinado pela Constituição (12% da receita), mas a gestão
ganhou eficiência com os inovadores contratos, baseados em metas, firmados com as chamadas
Organizações Sociais.
O êxito foi mais eloquente na
área de segurança. No final da década passada, os homicídios no
Estado atingiam 35,7 por 100 mil
habitantes; após sucessivos anos
de queda, chegou-se a taxas em
torno de 11 por 100 mil. Fatores demográficos contribuíram para a
melhoria, mas não foram as principais causas. Uma série de iniciativas -de investimento em polícia
e penitenciárias a ações sociais-
reduziu a violência, embora problemas como a atuação de facções
em presídios persistam.
Muito ruins foram os resultados
colhidos na educação. Se no país o
quadro é grave, em São Paulo revelou-se abaixo da média. Um início de recuperação veio a partir de
2007, com a premiação de docentes por mérito e o fomento ao ensino profissionalizante.
Com mais recursos, ampliados
pela venda da Nossa Caixa, o governo Serra também avançou em
obras de infraestrutura -a exemplo do Rodoanel e do metrô.
Em balanço sucinto, pode-se dizer que a continuidade tucana
manteve um bom padrão administrativo. Mas se houve coerência
de objetivos estratégicos, não se
conseguiu imprimir à sua consecução a necessária pressa nem
tampouco se criou um exemplo de
impacto nacional.
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