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BANCOS NACIONAIS
Os bancos nacionais vão retomando uma parte do espaço
perdido para os estrangeiros nos últimos anos. Em 2002, os bancos estrangeiros diminuíram suas posições em diferentes ativos brasileiros:
linhas de crédito externo, títulos da
dívida pública e créditos em reais. A
carteira de crédito dos bancos estrangeiros cresceu apenas 6,3%, enquanto a dos bancos de controle nacional
se elevou-se em 17,5%, até setembro.
Além disso, o Itaú comprou o Banco BBA Creditanstalt; o Bradesco
comprou o Banco Ford. Segundo estimativas publicadas pelo jornal "Valor", os bancos estrangeiros transferiram ativos no valor de R$ 17 bilhões
aos nacionais.
Isso parece demonstrar que os
bancos nacionais estão bastante aptos a enfrentar a concorrência dos estrangeiros. O processo de alta inflação dos anos 80 já forçara uma atualização tecnológica e operacional.
Por outro lado, o comportamento
dos bancos estrangeiros fragiliza a
expectativa de que eles garantiriam
liquidez em moeda forte no caso de
uma crise de balanço de pagamentos. Além de reduzir as linhas de crédito externo, os bancos estrangeiros
revelaram-se fonte suplementar de
pressões nas crises cambiais. Isso
porque procuravam proteger seus
patrimônios das desvalorizações e
consolidavam posições especulativas relevantes nos mercados de câmbio. O presidente do Itaú, Roberto
Setubal, afirma que a predominância
de bancos nacionais contribuiu para
"amenizar" a recente crise externa.
Mas o fato é que, durante esse processo, aumentou a concentração do
mercado bancário. De acordo com
os dados divulgados pelo BC, os 10 e
os 20 maiores bancos detinham, respectivamente, 71% e 85% dos ativos
totais e 77% e 89% dos depósitos totais do sistema, em junho de 2002.
Essa elevada concentração exige um
aperfeiçoamento permanente da regulamentação e da supervisão do sistema bancário brasileiro, a fim de
conter o risco sistêmico e possíveis
práticas lesivas ao consumidor.
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