São Paulo, sexta-feira, 04 de maio de 2001

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PAINEL DO LEITOR

Ibirapuera
"Informo ao sr. José Nelson Lopes dos Santos ("Paz no parque, "Painel do Leitor", 30/4) que no governo de Luiza Erundina os jatos de água do parque Ibirapuera foram interrompidos por problemas de manutenção das bombas. Após verificar-se que as partículas de água resultantes da aspersão não provocavam problemas de saúde publica, apesar de as águas serem poluídas, e depois de consertadas as bombas, os jatos voltaram a operar. Durante aquele governo, como secretário de Serviços e Obras e, posteriormente, secretário de Transportes, dei o melhor de minha energia física, de minha inteligência e de minha sensibilidade para que São Paulo fosse cada vez melhor." Lúcio Gregori, secretário de Serviços e Obras na gestão de Luiza Erundina (Jundiaí, SP)

Saúde
"A Folha não errou ao divulgar -com base em minhas informações sobre a análise da execução orçamentária (dados fechados até 20 de abril)- que o Ministério da Saúde gastou mais com publicidade do que com o programa de prevenção e controle da dengue. O Siafi/STN indica que foram executados nesse programa, que diz respeito somente à dengue, o total de R$ 8,808 milhões de uma dotação de R$ 60,53 milhões. Apesar dessa baixa execução, o programa da dengue teve uma execução melhor que os programas de saúde mental, de controle da hanseníase e de saúde do trabalhador, que tiverem execução igual a zero neste primeiro quadrimestre do ano. Já o gasto com publicidade teve uma execução financeira de R$ 9,1 milhões. Quanto aos R$ 42 milhões gastos no controle de endemias, talvez a intenção do sr. José Roberto Vieira da Costa, assessor de Comunicação do ministério, tivesse sido a de citar o projeto do OGU 2000, que teve seu valor integralmente inscrito em restos a pagar. Ou seja, esse valor que deveria ter sido repassado aos Estados e municípios em 2000 só está sendo repassado em 2001." João Paulo, deputado federal pelo PT (São Paulo, SP)

1º de Maio
"Fiquei indignado com a passagem do 1º de Maio em São Paulo. Ao ver os "patrocinadores" da "festa" da Força Sindical, não acreditei. CEF, Chevrolet e outros estão ao lado dos trabalhadores? Arrocho salarial, desemprego, tudo foi esquecido em troca de carros e brindes. Estou envergonhado. E sem aumento de salário há seis anos." José Pedro dos Santos (São Paulo, SP)

Polícia
"Sou assinante da Folha há muitos anos e não me recordo de ter sido publicado nenhum agradecimento ou elogio à nossa polícia, que tanto faz para tentar combater o crime, diferentemente da Justiça. Gostaria que eles, os policiais, fossem elogiados e parabenizados pelos serviços prestados à população. Parabenizo em especial a atuação da polícia ao prender três integrantes do grupo PCC no interior do Estado. Fico abismado e revoltado quando ouço alguém falar mal da polícia, dizendo que ela não faz nada para diminuir a criminalidade. Essas pessoas não percebem que o maior contribuinte para o aumento da criminalidade é a Justiça. Onde já se viu uma pessoa que comete um crime ser julgada em liberdade. Isso não existe e não pode continuar acontecendo." Vitor José de Souza Nascimento (Piracicaba, SP)

Senado
"O povo brasileiro vê-se, neste momento, envolto num mar de corrupção jamais visto em nossa história política. O Senado é presidido por um homem acusado de envolvimento com os maiores fraudadores da nação. O presidente da República, em vez de ajudar na apuração dos fatos, prefere não investigá-los. Para desviar a atenção do país e da mídia sobre a roubalheira, cria-se o caso da violação do painel do Senado. Aliás, deveríamos questionar os verdadeiros motivos do seu segredo. Se, como se diz, somos um país democrático, qual é a razão de a votação para cassar o ex-senador Luís Estevão ser secreta? A norma que assim determina está com a verdade ou apenas protege os interesses dos nossos representantes? Quem violou a Constituição? Aquele que silenciou para tentar manter a dignidade de uma instituição como o Senado ou os que silenciam ante a corrupção existente no governo? A nação deve questionar esses fatos, sob pena de se praticar contra esse grande líder brasileiro que é ACM uma grande injustiça." Vespasiano Gomes Santos, deputado estadual pelo PFL (Salvador, BA)

"Reverenciar ACM por ele ter levado progresso para a Bahia ainda vai, mas dizer que se está fazendo barulho por apenas uma fraude na votação já é demais. O problema de ACM é ele achar que pode fazer no Brasil o que faz no Estado da Bahia." Marcelo Bretas (São Bernardo do Campo, SP)

Aborto
"Chovem elogios (de mulheres, evidentemente) parabenizando a posição da Folha expressa no editorial "Luxo conservador" (Opinião, pág. A2, 29/4). Porém não têm sido publicadas as opiniões divergentes. Nesse debate, fala-se muito da necessidade de descriminalização do aborto, do risco que correm as mulheres que recorrem à prática clandestina etc. Mas não se fala de um outro aspecto envolvido na questão: a morte de um ser indefeso. Antes de adotar uma posição diante do assunto, a Folha deveria mostrar às mulheres que elas, antes de desfrutarem da satisfação na relação sexual, precisam ponderar sobre as possíveis consequências decorrentes do ato, pois é melhor prevenir do que matar depois. As mulheres favoráveis à prática do aborto deveriam ser conscientizadas de que são donas de seu corpo, mas não podem decidir sobre a vida que nele se desenvolve. Deveriam ser alertadas de que o aborto é um crime contra a vida de quem não está em condições de se defender. Não há palavra que defina essa agressão covarde que não seja o termo assassinato. É preciso valorizar a vida, não a morte." José Geraldo de Oliveira (Guaratinguetá, SP)

Financiamento eleitoral
"Com relação ao editorial "Quem financia" (Opinião, pág. A2, 30/4), sobre a lei de financiamento público de campanhas político-eleitorais, gostaria de fazer alguns comentários: 1) tal sistema é uma utopia absolutamente inatingível para a realidade brasileira; 2) seria ingênuo esperar que não viesse a existir o caixa dois depois da promulgação da lei. Mas, nesse caso, teríamos um parâmetro de gastos solidamente estabelecido e constatar que teria sido ultrapassado tornar-se-ia bem mais fácil para qualquer pessoa, o que aumentaria o nível público de fiscalização; 3) basta ver o desempenho dos homens públicos do Brasil para perceber que as eleições, mais do que nunca, são, de fato, os acontecimentos mais importantes do país e de sua democracia nascente. Gastar dinheiro público com elas não é torrar recursos, como se faz hoje com muitas coisas bem menos significantes." Antônio José Soares Brandão (Fortaleza, CE)

Igreja
"Ao ler a edição de 1º/5, tive duas profundas decepções. A primeira foi ver pessoas que admiro muito, como Zélia Gattai e Emerson Fittipaldi, apoiando ACM. A segunda, ainda no caderno Brasil, foi ler a declaração de um bispo da CNBB (uma das poucas entidades cristãs do nosso país que são, de fato, atuantes na sociedade) dizendo que não é chamado para construir "casas ou esgotos", como se isso fosse dissociado da "pregação dos valores do Evangelho"." César Lopes, pastor evangélico (Londrina, PR)



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