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BALANÇA FAVORÁVEL
Entre as escassas boas notícias sobre a economia brasileira
nos últimos anos, a mais significativa é a mudança no padrão da balança
comercial. No primeiro mandato do
presidente Fernando Henrique Cardoso, com a cotação média do dólar
em R$ 1,04, o país acumulou perdas
de quase US$ 500 milhões ao mês na
relação entre exportações e importações. Foi com a desvalorização do
real, em janeiro de 1999, que essa realidade começou a ser modificada.
A partir de julho de 2002, quando
mais uma vez a moeda brasileira perde valor em relação ao dólar, o processo ganha novo impulso: o governo FHC chega a seu último ano ostentando um superávit de US$ 13 bilhões na balança comercial. Essa cifra praticamente dobra em 2003,
atingindo US$ 24,8 bilhões.
Para 2004, as expectativas do mercado apontam para um resultado
equivalente ou um pouco superior ao
de 2003. Os dados referentes aos primeiros quatro meses do ano confirmam as previsões. O superávit teve
crescimento de 47% no primeiro
quadrimestre em relação aos mesmos meses do ano passado. Segundo divulgou ontem o Ministério do
Desenvolvimento, o saldo acumulado de janeiro a abril foi de US$ 8,1 bilhões, contra US$ 5,5 bilhões no
mesmo período de 2003.
Duas circunstâncias têm contribuído para resultados tão expressivos: o
baixo dinamismo do mercado doméstico, que reduz importações e estimula exportações, e a elevação da
cotação internacional de matérias-primas e produtos comercializados
pelo Brasil. Esses fatores, no entanto, não parecem suficientes para invalidar a hipótese de que assistimos a
uma mudança consistente.
Para que ela se complete e perdure,
num contexto mais dinâmico para o
mercado interno e eventualmente
menos positivo para a economia internacional, é preciso que as autoridades econômicas não descurem do
que já foi conquistado e avancem na
busca de condições mais favoráveis.
Pois há muito ainda a fazer na conquista de mercados, na implantação
de políticas industriais, na melhoria
de portos e estradas e no aperfeiçoamento da pauta exportadora.
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