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REAÇÃO AMERICANA
A economia americana cresceu
4,2% nos três primeiros meses
de 2004, um pouco abaixo das expectativas dos analistas de Wall Street,
que esperavam 5%. Os gastos das famílias, que representam em torno de
dois terços do PIB (Produto Interno
Bruto), registraram uma expansão
de 3,8%. No entanto, os bens de consumo duráveis caíram 4,7%, a primeira queda em quatro anos. Os investimentos corporativos continuaram mantendo tendência positiva,
crescendo 7,2%. Por sua vez, as despesas militares permaneceram dinamizando as despesas públicas. Os
gastos em defesa subiram 15,1%.
Já a inflação subiu acima das projeções, ampliando as perspectivas de
um aumento na taxa de juro de curto
prazo. O índice de aumento de preços relativo aos gastos de consumo
pessoal mais do que triplicou, saltando de 1% para 3,2% no mesmo período. Esses índices parecem indicar
uma aceleração nos reajustes de preços, o que gera pressões sobre as taxas de juros de longo prazo. A taxa
dos títulos de dez anos do Tesouro
pulou de 3,65% em 10 de março para
4,54% no final de abril.
Paralelamente, o mercado de trabalho passou a reagir com mais intensidade. Os dados preliminares para
março revelaram a criação de 308 mil
empregos. O desempenho da economia, da inflação e do mercado de trabalho confirmam as expectativas de
que está a caminho uma elevação da
taxa de juro básica dos EUA, atualmente fixada em 1% ao ano.
A tendência é que o banco central
americano (o Fed) venha a contrair
gradualmente a liqüidez monetária,
procurando não afetar o dinamismo
econômico nem provocar uma queda abrupta nos preços dos diferentes
ativos financeiros (ações, imóveis,
commodities e títulos dos mercados
emergentes), que se valorizaram
muito no longo período de ampla liquidez. Os mercados esperam que o
comunicado da reunião do comitê de
política monetária do Fed, que sairá
hoje, sinalize o horizonte em que
ocorrerá a elevação dos juros.
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