São Paulo, terça-feira, 04 de maio de 2004

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REAÇÃO AMERICANA

A economia americana cresceu 4,2% nos três primeiros meses de 2004, um pouco abaixo das expectativas dos analistas de Wall Street, que esperavam 5%. Os gastos das famílias, que representam em torno de dois terços do PIB (Produto Interno Bruto), registraram uma expansão de 3,8%. No entanto, os bens de consumo duráveis caíram 4,7%, a primeira queda em quatro anos. Os investimentos corporativos continuaram mantendo tendência positiva, crescendo 7,2%. Por sua vez, as despesas militares permaneceram dinamizando as despesas públicas. Os gastos em defesa subiram 15,1%.
Já a inflação subiu acima das projeções, ampliando as perspectivas de um aumento na taxa de juro de curto prazo. O índice de aumento de preços relativo aos gastos de consumo pessoal mais do que triplicou, saltando de 1% para 3,2% no mesmo período. Esses índices parecem indicar uma aceleração nos reajustes de preços, o que gera pressões sobre as taxas de juros de longo prazo. A taxa dos títulos de dez anos do Tesouro pulou de 3,65% em 10 de março para 4,54% no final de abril.
Paralelamente, o mercado de trabalho passou a reagir com mais intensidade. Os dados preliminares para março revelaram a criação de 308 mil empregos. O desempenho da economia, da inflação e do mercado de trabalho confirmam as expectativas de que está a caminho uma elevação da taxa de juro básica dos EUA, atualmente fixada em 1% ao ano.
A tendência é que o banco central americano (o Fed) venha a contrair gradualmente a liqüidez monetária, procurando não afetar o dinamismo econômico nem provocar uma queda abrupta nos preços dos diferentes ativos financeiros (ações, imóveis, commodities e títulos dos mercados emergentes), que se valorizaram muito no longo período de ampla liquidez. Os mercados esperam que o comunicado da reunião do comitê de política monetária do Fed, que sairá hoje, sinalize o horizonte em que ocorrerá a elevação dos juros.


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