|
Próximo Texto | Índice
GARGALOS PARA CRESCER
Pesquisas da FGV e do Iedi, divulgadas por esta Folha, mostraram que alguns setores industriais
trabalham no limite da capacidade
produtiva das fábricas, apesar de a
demanda interna estar desaquecida.
As exportações cresceram mais de
25% nos primeiros quatro meses de
2003, impulsionando a produção em
setores como papel e celulose, alumínio, siderúrgicos, produtos químicos, têxteis e calçados. Esses segmentos operam acima de 90% da capacidade. Para que pudessem aumentar sua produção, teriam de realizar novos investimentos. Já áreas
dependentes das vendas no mercado
doméstico, como a de eletroeletrônicos, mal conseguem produzir 65%
do que poderiam.
A falta de capacidade instalada decorre da debilidade dos investimentos na ampliação das fábricas nos últimos anos. Não há sinais de reversão dessa tendência: no primeiro trimestre de 2003, os investimentos diminuíram 4,6% na comparação com
o quarto trimestre de 2002.
Os gargalos na estrutura industrial
somam-se aos da infra-estrutura (estradas, portos, energia elétrica). Se a
economia voltar a crescer, as empresas poderão enfrentar dificuldades
para atender à demanda interna e à
externa. Essa situação poderia prejudicar o saldo comercial -gerando
menos exportações e mais importações -e também a meta de inflação.
O quadro exige extrema atenção.
Sem capitais para investir, não será
possível retomar o crescimento sustentado da economia. Seria conveniente que as autoridades econômicas procurassem coordenar as estratégias de expansão das empresas privadas e estatais nos setores que operam no limite da capacidade instalada. Os investimentos exigidos nessas
áreas são bastante volumosos e apresentam longos prazos de maturação.
Caberia, portanto, às instituições financeiras públicas desempenhar um
papel relevante no financiamento
desse esforço.
Próximo Texto: Editoriais: LULA GLOBAL Índice
|