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LULA GLOBAL
Definitivamente , Luiz Inácio Lula da Silva é uma personalidade internacional. Como se viu
na reunião ampliada do G8, na cidade de Evian (França), o mundo parece gostar do presidente brasileiro.
Aparentemente, Lula vai assumindo
não apenas o papel de líder de um
grande país emergente mas também
o de uma espécie de porta-voz do
Terceiro Mundo.
Sua trajetória contribui para angariar admirações. Afinal, ela exemplifica no plano pessoal o que Lula prega em outras esferas: o valor dos excluídos, daqueles que, mesmo submetidos a privações, são capazes de
superar obstáculos.
Não bastassem a biografia e a esmagadora vitória eleitoral em seu
país, o presidente fala coisas agradáveis de ouvir para a mídia e para os
críticos das desigualdades internacionais. Propõe, por exemplo, taxar
o comércio de armas como forma de
combater a fome no Terceiro Mundo. Mesmo que alguém possa apontar um certo "ruído" na idéia -já
que quanto mais armas forem comercializadas mais recursos irão para os miseráveis-, não importa. Ele
está do lado certo ao lembrar que os
países deveriam gastar menos com
armamentos e mais com o combate
à fome e à miséria.
Ainda que haja algo de retórico e de
ornamental nessas incursões do presidente brasileiro, é inegável sua disposição de aproveitar as portas que
se abrem para fazer política. Lula
quer ser mais do que uma novidade
simpática e inofensiva. Manifestou
em Evian o desejo de aglutinar regularmente o grupo de países em desenvolvimento para debater problemas e formular políticas comuns.
As previsões mais céticas sobre seu
desempenho no cenário externo vão
sendo suplantadas a cada oportunidade. É verdade que o presidente vive
aquele momento de apoio e encantamento, típico dos recém-chegados
ao poder. Ao menos parte de seu
prestígio internacional ainda dependerá dos êxitos ou fracassos que venha a colher em seu país.
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