São Paulo, quinta-feira, 04 de julho de 2002

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MAIS INTERVENÇÃO DO BC

Afim de tentar conter a volatilidade e a especulação no mercado de câmbio, o Banco Central (BC) anunciou uma política de intervenções durante o mês de julho. Deverá vender US$ 1,5 bilhão, em intervenções diárias de US$ 100 milhões, até o próximo dia 8, e de US$ 50 milhões, até o final do mês.
Também divulgou que continuará realizando leilões de linhas de crédito externo, com recompra em até 90 dias. Nessas operações, o BC vende dólares à vista para os bancos e recebe reais, com acordo de recompra. Ontem foi realizado um leilão, com oferta de US$ 100 milhões. Esses leilões procuram atender à demanda por remessas de recursos para o exterior, mais do que atender à procura de proteção ao risco cambial.
O Banco Central tentou realizar ainda leilões de troca de swap cambial, mas recusou as propostas, uma vez que os prêmios solicitados foram muito elevados. No primeiro leilão, procurou substituir papéis com vencimento em julho de 2004 por outros com resgate em fevereiro de 2003. No segundo leilão, ofereceu papéis ainda mais curtos, com vencimento em de outubro de 2002, mas novamente sem sucesso.
A resposta na taxa de câmbio foi imediata, mas pouco expressiva. O dólar ontem fechou cotado a R$ 2,85, com desvalorização de 1% em relação ao fechamento do dia anterior. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros, o contrato de câmbio que vence em agosto projetou a moeda norte-americana para R$ 2,87, portanto, acima da cotação de fechamento de ontem. No mercado paralelo, as cotações ficaram estáveis.
Enfim, o BC parece que começou a utilizar as munições disponíveis. Irrigou o mercado de câmbio à vista, concedeu linhas de financiamento externas e procurou encurtou os contratos de swap cambial. São decisões importantes para tentar inverter o pessimismo que predomina no mercado doméstico, que se agravou com a deterioração do cenário externo. Desse ponto de vista, as decisões do BC parecem corretas, mas, os prêmios exigidos para realizar o troca de swap cambial mostram que sem uma melhora no cenário internacional, dificilmente haverá mudança significativa das expectativas.


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