São Paulo, quarta-feira, 04 de outubro de 2000

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FERNANDO RODRIGUES

O PT cresce e o PPS incha

BRASÍLIA - PT e PPS ganharam mais prefeituras no domingo, mas cada um de uma forma diferente.
O PT elegeu 110 prefeitos em 96. Hoje, tem apenas 107.
No domingo, o PT conquistou 173 prefeituras. No segundo turno, disputará em mais 16 grandes cidades.
Sem novidades. O PT segue sua trajetória nas urnas.
O PPS é diferente. Ex-partidão, stalinista, a sigla oxigenou-se nos últimos anos. O ar é tanto que às vezes é difícil saber se o PPS é governo ou oposição no Congresso Nacional.
Em 96, o PPS elegeu 33 prefeitos. Domingo deu um salto para espetaculares 164 prefeituras. Noticiários de TV festejaram: é o partido que mais cresceu no Brasil.
Não é bem assim.
Ocorre que o PPS já contava com 150 prefeitos em 30 de setembro, véspera da eleição. O crescimento se deu fora das urnas, com filiações de desertores de outras agremiações.
A presença do presidenciável Ciro Gomes no PPS (ele próprio egresso de outra sigla, o PSDB) atraiu políticos enfeitiçados pela oportunidade de embarcar nesse projeto de poder na primeira hora.
Na realidade, o PPS pulou de 150 para 164 prefeituras na eleição de domingo. Ganhou 14 novas cidades. Cresceu, mas não nas urnas.
Nada impede que o PPS aumente mais seu número de filiados. Tudo depende da viabilidade de Ciro Gomes como candidato a presidente.
Há um exemplo recente cruel sobre inchaço partidário. O PRN tinha 41 deputados na posse de Collor, em 90. Pós-impeachment, caiu para 26. Hoje, perdeu-se poeira.
É o risco que o PPS corre se a candidatura Ciro Gomes sumir do mapa.
 
Errei de forma indesculpável na segunda-feira os percentuais de votação de Maluf na cidade de São Paulo, em 98. Reportagem com os dados corretos está na Folha de hoje (pág. Especial A4).
Sobre Maluf ter sobrevivido politicamente ao ir para o segundo turno, nada a reparar. Trata-se de um fato.



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