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FERNANDO RODRIGUES
O PT cresce e o PPS incha
BRASÍLIA - PT e PPS ganharam mais prefeituras no domingo, mas cada
um de uma forma diferente.
O PT elegeu 110 prefeitos em 96. Hoje, tem apenas 107.
No domingo, o PT conquistou 173
prefeituras. No segundo turno, disputará em mais 16 grandes cidades.
Sem novidades. O PT segue sua trajetória nas urnas.
O PPS é diferente. Ex-partidão, stalinista, a sigla oxigenou-se nos últimos anos. O ar é tanto que às vezes é
difícil saber se o PPS é governo ou
oposição no Congresso Nacional.
Em 96, o PPS elegeu 33 prefeitos.
Domingo deu um salto para espetaculares 164 prefeituras. Noticiários de
TV festejaram: é o partido que mais
cresceu no Brasil.
Não é bem assim.
Ocorre que o PPS já contava com
150 prefeitos em 30 de setembro, véspera da eleição. O crescimento se deu
fora das urnas, com filiações de desertores de outras agremiações.
A presença do presidenciável Ciro
Gomes no PPS (ele próprio egresso de
outra sigla, o PSDB) atraiu políticos
enfeitiçados pela oportunidade de
embarcar nesse projeto de poder na
primeira hora.
Na realidade, o PPS pulou de 150
para 164 prefeituras na eleição de domingo. Ganhou 14 novas cidades.
Cresceu, mas não nas urnas.
Nada impede que o PPS aumente
mais seu número de filiados. Tudo
depende da viabilidade de Ciro Gomes como candidato a presidente.
Há um exemplo recente cruel sobre
inchaço partidário. O PRN tinha 41
deputados na posse de Collor, em 90.
Pós-impeachment, caiu para 26. Hoje, perdeu-se poeira.
É o risco que o PPS corre se a candidatura Ciro Gomes sumir do mapa.
Errei de forma indesculpável na segunda-feira os percentuais de votação de Maluf na cidade de São Paulo,
em 98. Reportagem com os dados corretos está na Folha de hoje (pág. Especial A4).
Sobre Maluf ter sobrevivido politicamente ao ir para o segundo turno,
nada a reparar. Trata-se de um fato.
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