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NOVA GEOPOLÍTICA
Ao término da Guerra Fria parecia
que as relações internacionais dariam lugar apenas a questões comerciais. Os presidentes assumiriam
funções supostamente semelhantes
às dos caixeiros-viajantes.
Mas o exemplo de 97 vai mostrando
que a realidade mundial, que não deixa de confirmar parte dessas tendências apontadas, é um tanto diversa. A
política internacional assume novas
formas. As relações globais incluem
temas bem mais complexos.
Ficou evidente que o fim da Guerra
Fria não foi um fato simples. Há, para dizer o menos, uma herança de
tensões econômicas, sociais, étnicas
e territoriais que, durante o período
de confronto bipolar, ficaram apenas
mascaradas ou reprimidas.
Os dois exemplos mais claros de
que a Guerra Fria acabou, mas deixou problemas por resolver foram o
agravamento das tensões no Oriente
Médio e o avanço da Otan, sob o comando dos EUA, sobre os países que
antes jaziam sob domínio soviético.
Nos dois casos, importantes mudanças no desenho político do mapa-múndi ainda estão em curso.
A temática da segurança global vem
sendo impelida em novas direções.
Os exemplos vão do fortalecimento
de máfias com o porte de governos
atuando no tráfico de armas, de drogas e até de pessoas e órgãos humanos, ao aumento do contrabando e
da evasão fiscal. A coordenação dos
países e até dos exércitos no combate
a esses males apenas engatinha.
Há também novas questões que são
mais positivas. O crescimento das
organizações não-governamentais e
a explosão de novas mídias (Internet
e TVs a cabo, por exemplo), sempre
atuando em escala internacional,
mostra quão tímida e até despreparada é a diplomacia tradicional.
No lugar da Guerra Fria, aumentam
as frentes onde são disputadas outras guerras: eletrônicas, de informação e contra novas ameaças à segurança dos indivíduos e dos países.
Neste cenário, os Estados nacionais
ainda são importantes, mas seu raio
de ação ficou mais restrito.
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