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Editoriais
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Os recursos se esgotam
ENTRE MEADOS de 2007 e outubro de 2008, os mercados
financeiros globais enfrentaram uma das mais graves crises da história. Como se sabe, a
derrocada começou nas aplicações financeiras lastreadas em
hipotecas de alto risco, em meio
a práticas bancárias displicentemente reguladas, e se alastrou
com assombrosa velocidade.
Grandes instituições financeiras sucumbiram. As taxas de juros nos mercados interbancários
dispararam, provocando uma
abrupta contração no crédito internacional; os preços das ações
mergulharam. Moedas de países
emergentes sofreram acentuada
desvalorização, e alguns tiveram
de ser socorridos pelo FMI.
A partir de novembro, ficou
claro que a turbulência financeira contaminava depressa a economia real: a produção industrial, o mercado de trabalho, os
gastos de consumidores e das
empresas. Analistas passaram a
aventar a hipótese de uma profunda e prolongada contração,
até o final de 2009, pelo menos.
Um após o outro, os países europeus entraram em recessão,
tendência instalada nos EUA há
cerca de um ano e que, de acordo
com os dados mais recentes, continua a se aprofundar.
No Japão, as notícias não foram diferentes. Em novembro, a
queda na produção industrial foi
de 8,1%, na comparação com outubro, a maior contração registrada desde que o governo japonês começou a medir esses dados, em 1953. Na China, a indústria também recua -há cinco
meses consecutivos.
As estimativas de crescimento
da economia mundial sofrem sucessivas reduções. Para o FMI, o
PIB do planeta aumentará apenas 2,2% em 2009, cifra mais
baixa desde 2001.
A fim de combater a ressaca,
promete-se um novo remédio a
partir deste ano. Autoridades das
maiores economias do mundo
vão pôr em marcha programas
de gasto público, em obras e outras frentes, só comparáveis, em
escala, aos esforços de reconstrução após a Segunda Guerra.
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