São Paulo, segunda-feira, 05 de janeiro de 2009

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Editoriais

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Os recursos se esgotam

ENTRE MEADOS de 2007 e outubro de 2008, os mercados financeiros globais enfrentaram uma das mais graves crises da história. Como se sabe, a derrocada começou nas aplicações financeiras lastreadas em hipotecas de alto risco, em meio a práticas bancárias displicentemente reguladas, e se alastrou com assombrosa velocidade.
Grandes instituições financeiras sucumbiram. As taxas de juros nos mercados interbancários dispararam, provocando uma abrupta contração no crédito internacional; os preços das ações mergulharam. Moedas de países emergentes sofreram acentuada desvalorização, e alguns tiveram de ser socorridos pelo FMI.
A partir de novembro, ficou claro que a turbulência financeira contaminava depressa a economia real: a produção industrial, o mercado de trabalho, os gastos de consumidores e das empresas. Analistas passaram a aventar a hipótese de uma profunda e prolongada contração, até o final de 2009, pelo menos.
Um após o outro, os países europeus entraram em recessão, tendência instalada nos EUA há cerca de um ano e que, de acordo com os dados mais recentes, continua a se aprofundar.
No Japão, as notícias não foram diferentes. Em novembro, a queda na produção industrial foi de 8,1%, na comparação com outubro, a maior contração registrada desde que o governo japonês começou a medir esses dados, em 1953. Na China, a indústria também recua -há cinco meses consecutivos.
As estimativas de crescimento da economia mundial sofrem sucessivas reduções. Para o FMI, o PIB do planeta aumentará apenas 2,2% em 2009, cifra mais baixa desde 2001.
A fim de combater a ressaca, promete-se um novo remédio a partir deste ano. Autoridades das maiores economias do mundo vão pôr em marcha programas de gasto público, em obras e outras frentes, só comparáveis, em escala, aos esforços de reconstrução após a Segunda Guerra.


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