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MÁRIO MAGALHÃES
Saçaricos
RIO DE JANEIRO - Vem aí
"Dreamgirls", adaptação para o cinema de montagem da Broadway.
Conta a história de um conjunto vocal feminino mais ou menos inspirado nas Supremes, o grupo que revelou Diana Ross. Concorre a oito
Oscars e logo, logo entra em cartaz
por aqui.
O CD com a trilha antecipa um
duelo entre Beyoncé Knowles e
Jennifer Hudson. Elas disputam,
em solos, a condição de melhor gogó. Outra ambição só se oferece à
encantadora Beyoncé: eternizar-se
como musa graças a um musical.
Poucas conseguiram. Há quem
até hoje salive, com bons motivos,
pelas pernocas de Cyd Charisse.
Natalie Wood será para sempre a
Maria de "West Side Story".
Catherine Deneuve arrebatou
corações em uma fita de diálogos
cantarolados, mas na qual era dublada, "Os Guarda-Chuvas do
Amor".
Pouco se sabe de Katharine Ross
além da exuberância em "A Primeira Noite de Um Homem" (com hit
de Simon & Garfunkel) e "Butch
Cassidy", que nem eram musicais.
No bang-bang, seu passeio de bicicleta ao som de B. J. Thomas é das
seqüências mais belas já filmadas.
Enquanto as dreamgirls não chegam, me deleito no teatro com o
campeão de elogios da temporada
carioca, "Sassaricando - E o Rio Inventou a Marchinha". É tudo o que
dizem. Com 89 marchinhas, um
septeto instrumental e um sexteto
de vozes de respeito, passeia por
um século de talento. Não tem texto, as músicas dialogam entre si.
De quebra, presenteia os espíritos com "Bandeira Branca" cantada
por Soraya Ravenle. É como se um
feiticeiro benfazejo misturasse Dalva, Dolores e pitadas saborosas e
autorais da nova intérprete.
Beyoncé pode até frustrar, e daí?
Com "Sassaricando" e miss Ravenle, o verão musical já valeu.
mariomagalhaes@folhasp.com.br
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