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Doações ocultas
O TRIBUNAL Superior Eleitoral (TSE) estuda adotar
normas mais rígidas contra as doações ocultas nas eleições de 2010. O objetivo é evitar
que a destinação de recursos às
campanhas seja camuflada como
doações aos partidos políticos.
Atualmente, parte significativa
do dinheiro destinado aos candidatos é contabilizada como doação aos partidos. Segundo levantamento realizado pela Folha a
partir de dados da Justiça Eleitoral, o total de doações ocultas
nas eleições municipais de 2008
chegou a R$ 258,9 milhões.
Contra isso, um projeto de resolução do TSE prevê a obrigatoriedade de utilização de uma
conta bancária específica para
receber e repassar as doações a
campanhas. Trata-se de uma iniciativa na direção correta. Conhecer o vínculo entre candidatos e seus apoiadores é saudável
para o jogo democrático.
Não basta, no entanto, vincular as doações a uma conta bancária para se inibirem os desvios.
É necessário ampliar a transparência sobre as doações.
O tempo excessivo para a prestação de contas dos partidos políticos, por exemplo, propicia
manipulações. Enquanto os candidatos precisam abrir suas contas após as eleições, os partidos
têm até 30 de abril de cada ano
para fazê-lo.
Uma forma eficiente de evitar
manobras contábeis é registrar
com rapidez as doações -e a internet poderia ser instrumento
útil para essa fiscalização.
Esses aperfeiçoamentos, de
qualquer forma, não tiram os
méritos da norma em estudo.
Uma das suas principais contribuições será restringir doações
ilegais feitas por meio de brechas
na legislação. É o caso dos recursos oriundos de ONGs e de entidades que recebem verbas públicas -que são vedados aos candidatos. O projeto de resolução estende essa proibição também
aos partidos políticos.
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