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FERNANDO RODRIGUES
Sangue-frio até a Copa
BRASÍLIA - Faltam dois meses
para o dia 5 de julho. Essa é a data-limite imposta pela lei para todos os
candidatos passarem a ser de fato o
que já são hoje. Até lá, nos Estados e
no plano federal, os políticos blefarão na esperança de ampliar suas
alianças e obter mais tempo na propaganda de rádio e de TV.
É também ao longo dos próximos
60 dias que os candidatos a presidente e a governos estaduais definirão quem serão seus vices. Na disputa pelo Planalto, José Serra se
equilibra com a esperança de ter o
tucano Aécio Neves ao seu lado ou
Francisco Dornelles, do PP. É possível que o nome escolhido não seja
nenhum desses dois.
Do outro lado, o PT pretende formalizar uma inédita parceria pré-eleitoral com o PMDB. Nunca essas
duas siglas estiveram juntas numa
eleição presidencial nesta fase da
campanha. O peemedebista Michel
Temer deve ser o candidato a vice-presidente na chapa encabeçada
por Dilma Rousseff.
Como se trata de um momento
de ajuste político fino, os partidos
estão todos testando e sendo testados. Quem tiver mais sangue-frio (e
um pouco de sorte) acabará se saindo melhor na linha de largada, em
julho. No caso da eleição presidencial, o consenso mais nítido no momento é sobre a competitividade
grande entre Serra e Dilma.
O deputado Gustavo Fruet, do
PSDB do Paraná, é talvez um dos
políticos mais ponderados hoje
dentro do Congresso. Ele resume
assim o atual momento: "Há dois ou
três meses, parecia que a eleição estava ganha pelo PT. Agora, o jogo se
reequilibrou. É impossível fazer
previsões. Só há a certeza de uma
disputa muito acirrada".
As pesquisas eleitorais serão um
termômetro nas próximas semanas. Se não houver grandes alterações, todos venderão a ideia de terem realizado boas pré-campanhas.
Tudo considerado, Serra e Dilma
jogarão na retranca até um pouco
depois da Copa do Mundo. Depois,
virá a disputa real.
fernando.rodrigues@grupofolha.com.br
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