São Paulo, quinta-feira, 05 de julho de 2001

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PAINEL DO LEITOR

Outro foro
"O presidente Fernando Henrique Cardoso quer alterar a Constituição Federal para que lhe seja garantido -a ele e a outras autoridades- foro privilegiado mesmo depois de deixar o cargo. Tal atitude não é adequada a quem se diz "democrata". Se FHC fosse um democrata, teria confiança no sistema judicial tal qual ele se aplica para qualquer cidadão brasileiro comum. O desejo de FHC lembra o gesto do general Pinochet, que, antes de deixar o poder no Chile, cuidou de inserir na Constituição chilena dispositivo que lhe garante o cargo de senador vitalício, com imunidade total pelos atos praticados durante sua ditadura. É claro que FHC está muito longe de ser um Pinochet da vida, mas, guardadas as devidas proporções, a atitude é muito semelhante. Todo cidadão brasileiro deve repudiar mais essa tentativa de FHC de alterar a Constituição Federal em benefício próprio."
José Acácio Arruda (Ituiutaba, MG)

"A mulher de César não deve só ser honesta, tem de parecer honesta. O governo pode até ser honesto, mas, com as "operações abafa" nas CPIs, definitivamente, não parece honesto. Agora, com receio do "efeito Menem", o governo, ao querer foro especial para ex-autoridades, fica parecendo menos honesto ainda."
João Manuel Alves (Juiz de Fora, MG)

Negócios à parte
"Em relação à nota "Negócios à parte", publicada na coluna de Mônica Bergamo em 3/7 (Ilustrada, pág. E2), considero importante fazer esclarecimentos para evitar que os leitores desse prestigioso jornal cheguem a conclusões equivocadas. Na verdade, eu -e creio que toda a instituição da qual faço parte- respeito e admiro o procurador de Justiça aposentado Marino Pazzaglini Filho. Durante anos, Pazzaglini foi membro do Ministério Público, diretor da Escola Superior do MP, membro do Conselho Superior do MP, integrante do Órgão Especial do MP e candidato a procurador-geral de Justiça. E, de fato, o procurador foi padrinho de casamento por parte da minha mulher. Independentemente de ser padrinho de casamento ou não, volto a reafirmar a disposição desse promotor de Justiça em investigar seja quem for. Como todos sabem e a imprensa vem noticiando, tenho feito investigações que abrangem as duas últimas administrações da prefeitura paulistana com total isenção e com determinação de ver cumprida a justiça e de ser resguardado o interesse público. E assim continuarei a agir."
José Carlos Blat, promotor de Justiça (São Paulo, SP)


Estado e município
"Até agora estou esperando a Força Sindical entrar na Justiça contra o aumento nas passagens do Metrô, assim como fez com relação ao aumento nas passagens de ônibus em São Paulo. Ou será que contra a prefeitura do PT pode e contra o governo do PSDB não pode? Cadê a coerência?"
Jair da Silva Santos (São Paulo, SP)

Prefeituras
"A pesquisa de aprovação do trabalho de prefeitos de capitais brasileiras nestes seis primeiros meses do atual mandato, publicada pela Folha em 2/7 ("Maluf lidera em São Paulo; Alckmin é o 2º", Brasil, pág. A5), é uma grande contribuição para a análise do desempenho dos administradores municipais e também para o conhecimento das vontades dos cidadãos. No caso do prefeito Célio de Castro (Belo Horizonte), no entanto, acreditamos que um fato bastante relevante deixou de ser citado na reportagem: o seu afastamento por dois meses ao longo desse período devido a problemas de saúde, que já foram superados. Além disso, consideramos que ficou faltando uma explicação mais detalhada da metodologia adotada para o cálculo da nota média dos prefeitos. Afinal, não ficou claro como se chegou a ela. Levando-se em conta, de forma simplificada, o índice de popularidade e as taxas de aprovação e de reprovação dos prefeitos, a ordem de classificação seria diferente da apresentada pelo jornal."
Ananias José de Freitas, assessor de comunicação da Prefeitura de Belo Horizonte (Belo Horizonte, MG)

Resposta de Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha - A nota é atribuída pelos entrevistados de cada capital pesquisada ao responder a pergunta: "De zero a dez, que nota você dá para o desempenho do prefeito?". O Datafolha calcula a média das notas. O ranking leva em consideração, em primeiro lugar, a nota média obtida pelos prefeitos. Em caso de empate, é considerado o índice de popularidade, que corresponde à diferença entre a taxa de aprovação e a de reprovação acrescida de 100 (para evitar a ocorrência de números negativos). O índice pode variar de zero (reprovação total) a 200 (aprovação absoluta).

Pesquisas
"Por que a Folha, ao divulgar a consolidação da liderança de Lula na corrida presidencial, precisa vincular a isso uma pesquisa sobre a popularidade de Marta Suplicy? Por que a associação dessas duas reportagens? Qual é a intenção da Folha? Já existe, novamente, um esquema para tentar barrar um candidato da esquerda?"
Maria Beatriz Aguiar de Oliveira (Belo Horizonte, MG)

Hospital Waldomiro de Paula
"Na edição de 10/6, no caderno Cotidiano (pág. C1), foi publicada uma foto com a legenda: "Porta em mau estado de conservação no hospital municipal Waldomiro de Paula, em Itaquera". Estranhei, pois não tinha conhecimento da existência dessa porta após meu intenso trabalho como diretor, realizando manutenção em todo o hospital -hoje completamente modificado e com notáveis melhorias, indispensáveis ao bom atendimento aos usuários. Quando entrei na direção, em 26/5/98, realmente a situação era péssima -após cinco intervenções sucessivas. Hoje, a situação é completamente diferente devido ao esforço e à dedicação ao trabalho de correções. Por precaução e atenção ao conceituado jornal, ao chegar ao hospital em 11/6, pela manhã, visitei todos os setores e todas as portas. Não existe essa porta no nosso hospital de hoje. Certamente deve ter havido um equívoco -involuntário- de edição e uma possível colocação de uma foto antiga ou até de uma foto de outro hospital. Essa foto, no entanto, denigre nosso trabalho do dia-a-dia, que é feito sem parar -a fim de produzir verdadeira revolução administrativa- e sempre em equipes multidisciplinares para rápidas condutas. Para comprovar o referido acima, entrego fotos atuais do hospital. Dizem os chineses que uma imagem corresponde a mil palavras."
Paulo Sogayar, da diretoria administrativa do hospital Waldomiro de Paula (São Paulo, SP)

Resposta do repórter-fotográfico Jefferson Coppola - As fotos são mesmo do hospital municipal Waldomiro de Paula, em Itaquera. A porta em mau estado fica no último andar, na clínica cirúrgica (a informação também consta da etiqueta que identifica os negativos). A imagem foi feita de dentro de um banheiro, com a porta entreaberta para o quarto. O buraco no teto estava localizado no centro cirúrgico do hospital. Não há nada a ser retificado nas informações divulgadas pela Folha.


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