São Paulo, quinta-feira, 05 de setembro de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Esperança
"Parabenizo o fotógrafo Juca Varella pela foto publicada na Primeira Página em 2/9. Enquanto os adultos olhavam o jato da TAM que havia aterrissado em uma pastagem no interior de São Paulo, um menino fitava com olhos gulosos o algodão-doce de um vendedor ambulante. Foi um trabalho muito bonito, que mostrou a importância de observarmos os detalhes, pois, apesar da tragédia, a vida sempre nos dá algo para admirar, algo que nos dá uma sensação de esperança."
Gerson Pires (Jundiaí, SP)

Democracia
"Seria bom votar se tivéssemos democracia. Como não temos, passamos a ser cúmplices de um sistema que tem vendido o futuro do Brasil para sustentar os políticos dominantes de hoje. Que democracia é essa que nos obriga a votar, a servir o Exército, a ouvir a "Voz do Brasil" e a ver e a ouvir propaganda política? Democracia que dá 20 minutos a certos candidatos e menos de um minuto a outros e que permite que os políticos de plantão governem o país por meio de medidas provisórias? Trata-se de um sistema de autopreservação da classe política e de seus apadrinhados à custa do futuro de nossas crianças, habitantes da décima economia do mundo, mas sem escola, sem saúde, sem segurança, sem assistência social e sem democracia. Precisamos de líderes que dêem literalmente a vida pelo Brasil sem receber nada em dinheiro por isso."
José Eduardo O. de Lima (São João da Boa Vista, SP)

Alca
"O leitor Everton Jobim, na edição de terça-feira, 3/9, questiona nesta seção a atitude da CNBB em relação ao plebiscito sobre a Alca e faz uma comparação com a União Européia. Ora, é só olhar as diferenças econômicas, sociais e culturais existentes entre os países pertencentes à UE e comparar com as diferenças que há entre Estados Unidos, Brasil, Argentina, Canadá, Equador, Panamá etc. Será que a Alca pode ser comparada à União Européia?"
Giovani C. Hamada (Ibiúna, SP)

Ombudsman
"No artigo "Embrutecer ou o preço do gás e da violência" (Cotidiano, pág. C2, 3/9), Marilene Felinto, em meio ao ódio e rancor que destila, envolveu o instituto dos ombudsmans, afirmando: "Esses atravessadores da imprensa (...) que só fazem reproduzir a opinião das elites, dos donos da imprensa e dos donos do país, servil e promiscuamente". Tal opinião desconhece a importante função exercida pelos ouvidores/ombudsmans no Brasil. Ao representar os legítimos interesses do cidadão perante instituições públicas e privadas, esse profissional defende valores caros à democracia. Muita surpresa nos causa a posição da sra. Felinto, que, de forma desconexa, assacando verborragicamente contra tudo e contra todos, apresenta uma ode à censura, prática nefasta que todo ombudsman repudia. Portanto merece a nossa mais veemente repulsa o lamentável artigo por representar o autoritarismo de triste memória, o qual temos o dever de combater e de repelir."
Edson Luiz Vismona, presidente da Associação Brasileira de Ouvidores/ Ombudsman -ABO (São Paulo, SP)

Redenção
"O caderno Folhateen conseguiu se redimir depois de publicar reportagens descartáveis -como a das irmãs Olsen e a do custo para manter um celular. A reportagem sobre os jovens portadores de deficiência física (edição de 2/9) e a intitulada "Deus não mora aqui" (edição de 26/8) foram as melhores que eu vi até hoje, tanto pela qualidade do material quanto pelo apelo social. Está na hora de essa galera acordar para um mundo que existe e que é bem diferente daquele que eles construíram."
Rodrigo Luis Pinheiro (São Paulo, SP)

Trabalho escravo
"Ao ler a reportagem sobre trabalho escravo na fazenda do deputado Inocêncio Oliveira ("Procuradoria processará Inocêncio", Brasil, pág. A4, 3/9), acrescentei mais alguns litros de indignação às minhas veias de cidadã e de ser humano. Como é que uma pessoa com o patrimônio e com a idade que o deputado Inocêncio Oliveira possui é capaz de realizar trabalho escravo na caradura e de fingir-se de morto quanto às leis trabalhistas, pois os funcionários-escravos nem eram registrados? E o Ministério do Trabalho se dá ao "trabalho" de divulgar nota comentando que não encontrou elementos que caracterizassem trabalho escravo. É de insultar nossa inteligência!"
Gisele Mussolino (São Paulo, SP)

Eleição
"Não sou petista, mas um assinante da Folha que começa a suspeitar de sua autoproclamada imparcialidade eleitoral. É irritante a frequência com que é franqueado ao sr. Denis Rosenfield espaço na seção "Tendências/Debates" para destilar o seu ostentatório e militante obscurantismo ideológico. Típicos de direitistas paranóicos, seus argumentos "forçam a barra" na tentativa de estigmatizar o adversário e de disseminar o "grande medo" entre certas camadas médias da população. A Folha parece estar intimidada ou encantada com os títulos e com a aparente -ou seria aparatosa?- erudição do sr. Rosenfield. O jornal e os seus leitores merecem artigos menos tendenciosos e articulistas intelectualmente mais idôneos."
Remy José Fontana, professor do Departamento de Sociologia e Ciência Política da Universidade Federal de Santa Catarina (Florianópolis, SC)

Plurianual
"Em relação à nota "Terceirizado", publicada na seção "Painel" em 2/9, esclareço que a elaboração do Plano Plurianual 2004-2007 é de responsabilidade do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. O consórcio Monitor e Boucinhas & Campos venceu licitação pública e foi contratado em 19/8/2002 para atualizar o Estudo dos Eixos de Integração e Desenvolvimento, o principal insumo para a preparação do PPA."
Regina Alvarez, assessoria de comunicação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (Brasília, DF)

Campanha
"Tendo sido objeto de diversas ilações sobre meu envolvimento no processo eleitoral, com engajamento na campanha presidencial, gostaria de esclarecer que, tendo sido procurado por representantes de candidatos, e em caráter estritamente técnico, tenho tido a oportunidade de manifestar meus pontos de vista no que sou questionado. Não exerço, atualmente, nenhuma atividade partidária e acredito nas melhores intenções dos pleiteantes ao cargo de presidente da República. E minha eventual participação, em caráter de colaboração, com qualquer um deles, deve-se ao meu sincero desejo de que aquele que for democraticamente eleito faça o melhor para o Brasil."
David Zylbersztajn (Rio de Janeiro, RJ)



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