|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TENDÊNCIAS/DEBATES
Semana da Pátria
THEREZINHA ZERBINI
Nós mulheres temos um profundo amor por nossa pátria, pois ela
é a nossa casa, berço e túmulo, de nosso
começo e fim.
A pátria é o solo, rios, a natureza, o espaço aéreo. Nossas rotas marítimas,
fauna e flora, que, por dever de soberania, nós cidadãos não podemos concordar em cessão de parte, por menor que
seja, sob nenhum pretexto.
Nessa hora de incertezas e tudo num
vir a ser, temos, por direito de cidadania, de dar a nossa mensagem de esperança, que é virtude revolucionária, pois
somos 50% da população e queremos a
revolução do amor, do bem-querer.
Ao voltarmos os olhos para o passado,
encontramos Anita, mulher do índio
Felipe Camarão, ajudando na expulsão
dos holandeses de Pernambuco. Bárbara Heliodora e as mulheres de Vila Rica,
sonhando e ajudando a construir a liberdade.
Na Bahia, Maria Quitéria, heroína da
pátria, hoje em todos os quartéis tem o
seu retrato entronizado na sede de Comando; ela e bravas companheiras
-mais de 200- ajudaram a expulsar o
general Madeira e suas tropas -que
voltassem para Portugal. Soror Angélica, na Bahia, priora de conventos, ajudava, na retaguarda, a resistência, cuidando dos brasileiros feridos e foragidos. No Sul, Ana Terra, as farroupilhas,
todas patrioticamente por um país livre
e independente.
Em 1975, março, nós, do Movimento
Feminino pela Anistia, estivemos presentes, acudindo a convocação da ONU,
que havia organizado o Ano Internacional da Mulher, cujas consignas eram:
igualdade, desenvolvimento e paz.
Nós escolhemos o campo da paz, pois
vivíamos a noite de trevas da ditadura.
A nossa pregação era reconciliação e
unidade nacional. Corremos o Brasil inteiro, organizamos o país em núcleos.
Um país que se formou em torno de uma cruz tem que desenvolver valores espirituais, e o patriotismo é um deles
|
Pela nossa tradição, um país que se
formou em torno de uma cruz tem que
desenvolver valores espirituais, e o patriotismo é um deles. Devemos orar pelo progresso de nossa pátria. Quase
sempre apontamos as falhas, mas pouco fazemos para corrigi-las.
Quem não dá exemplo de honestidade, amor ao próximo e exerce com brio
a cidadania se desqualifica. A CNBB
(Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil) tem documentos próprios que
estimulam as boas práticas.
Cabe a nós apoiar a todos, CNBB,
OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), os bons políticos. Na hora de definições globais, nós não devemos ceder
território pátrio sob nenhum pretexto.
Lutamos para que os países emergentes
se unam para fortalecer os mais pobres,
desamparados; conclamamos os homens de boa vontade a se empenharem
no bom combate para um mundo mais
justo e fraterno.
Therezinha de Godoy Zerbini, 74, advogada, é
vice-presidente da Confederação Nacional de
Mulheres.
Texto Anterior: TENDÊNCIAS/DEBATES Isabel Vincent: Caso Olivetto atrai crime organizado Próximo Texto: Painel do Leitor Índice
|