 São Paulo, segunda-feira, 05 de setembro de 2011 |
 |
|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
TENDÊNCIAS/DEBATES É hora de servir à base da pirâmide LUIZ ROS E FERNANDO CARRILLO-FLOREZ
Tradicionalmente, as adversidades dos indivíduos de baixa renda têm sido vistas como um problema a ser resolvido pelos governos e pelas organizações não-governamentais. Programas governamentais como o Bolsa Família e o Brasil Sem Miséria proporcionam uma rede de segurança fundamental para os mais vulneráveis, enquanto as ONGs realizam um trabalho inovador e inspirador para aliviar a pobreza. São contribuições que não podem ser minimizadas. No entanto, 360 milhões de pessoas na América Latina e no Caribe ainda não têm acesso a bens e serviços básicos confiáveis, tais quais moradia decente e educação de boa qualidade. Algo pode ser feito para transformar essa realidade? Seis anos atrás, surgiu um novo conceito de desenvolvimento. Há uma clara oportunidade de o setor privado contribuir ativamente para a diminuição da pobreza e para a promoção da inclusão social. Para tanto, as empresas precisam incluir em seu núcleo central de atividade o engajamento com as comunidades da base da pirâmide socioeconômica. Esses projetos prometem imensos benefícios tanto para as empresas como para essas comunidades. No Banco Interamericano de Desenvolvimento, lançamos a iniciativa Oportunidades para a Maioria para promover esse novo conceito. Três anos depois, podemos dizer que o modelo funciona. Empresas na América Latina estão se associando a ONGs e a governos para concretizar modelos de negócios fascinantes. São projetos escaláveis que podem ser replicados, com o potencial de beneficiar milhões de pessoas. A Cemex, uma empresa de materiais de construção no México, foi uma das primeiras empresas na região a desenvolver esses modelos de negócios. Lançado uma década atrás, seu programa "Patrimonio Hoy" ajuda famílias de baixa renda a comprar materiais para construir e melhorar suas casas. Agora, com o nosso apoio, a empresa irá expandir suas soluções para outros quatro países latino-americanos. No Brasil, o atacarejo Tenda Atacado Ltda. oferece crédito e capacitação que ajudarão novos empresários a comprar suprimentos e a aprender como tornar seu negócio mais profissional e lucrativo. Outras empresas na América Latina estão desenvolvendo modelos que transformam pequenos fazendeiros em fornecedores de empresas internacionais, proporcionam a estudantes de baixa renda um meio de pagar seus estudos em faculdades respeitadas, financiam infraestrutura comunitária e muito mais. A região construiu um conjunto de conhecimento sobre como fazer esses projetos funcionarem. É por isso que o BID pretende dobrar seus investimentos nesse setor. O potencial desses modelos supera qualquer resultado que as abordagens tradicionais oferecem. Convidamos todos os líderes do setor privado a unirem-se a nós nesse trabalho de "desenvolvimento internacional" e a serem parte do projeto de tornar a oportunidade e a prosperidade possíveis para todos. LUIZ ROS chefia a iniciativa Oportunidades para a Maioria. FERNANDO CARRILLO-FLOREZ é o representante do BID no Brasil. Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. debates@uol.com.br Texto Anterior: TENDÊNCIAS/DEBATES Caio Melo e Fabio Sotelino da Rocha: BNDESPar e BNDES: uma só missão Próximo Texto: Painel do Leitor Índice | Comunicar Erros |
|
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |