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ELIANE CANTANHÊDE
Clima de guerra
BRASÍLIA - Calma! Não se trata das guerras entre Bush e Bin Laden, nem
entre EUA e Afeganistão, nem entre o
mundo ocidental e o islâmico (como,
aliás, frisou Bush ontem).
Trata-se aqui de uma guerra bem
mais prosaica, caseira e cheia de penas e plumas: a que travam hoje em
Goiânia os diferentes grupos e seções
estaduais do PSDB. Especialmente os
candidatos a presidente.
Assim como da guerra Bush-Bin
Laden, não espere nada tão bombástico. A tucanada vai tentar ser elegante e bem-comportada, com pitadas de provocação. José Serra deve fazer pose de estadista. Tasso Jereissati,
de candidato. A intenção é a mesma,
o jeito é que é diferente.
Ah! E tem o ministro Paulo Renato,
rouco de tanto dizer que é candidato,
sem ninguém ouvir. Certamente, os
tucanos vão-lhe fazer alguma reverência. Até mesmo para elogiar um
partido que, de tão excelente, tem
tantos candidatos dando sopa. (Sem
subir nas pesquisas, mas não é preciso lembrar.)
A elegância pública não combina
com as briguinhas internas. Dois
exemplos rápidos:
1) O site da liderança do PSDB na
Câmara publicou entrevista do líder
Jutahy Júnior defendendo a candidatura Serra. A turma de Tasso deu um
pulo. Onde já se viu usar espaço do
partido em favor de um? Reação de
Jutahy: "Juro que pensei que a entrevista fosse para uma rádio!". A declaração sumiu do site, mas continuou
azedando o ar tucano.
2) Deputados serristas tentaram
convencer o ministro da Educação a
desistir da candidatura, fechando o
ciclo majoritário em São Paulo: Serra
para presidente, Alckmin para o governo, Paulo Renato para o Senado.
O ministro não se dignou a ouvir. Dizem que a operação e o mesmo resultado se repetiram com Tasso.
Os tucanos só pensam naquilo: o
candidato! Como não vai sair hoje
nem tão cedo, a reunião de Goiânia
está fadada a ser uma enrolação,
com frases de efeito, sorrisos e tapinhas nas costas. O clima é de guerra.
Mas uma guerra de tricas e futricas.
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