São Paulo, sábado, 05 de dezembro de 2009

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Editoriais

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Nota Verde, a errata

A ATABALHOADA apresentação, em setembro, da chamada Nota Verde -classificação de veículos segundo sua capacidade de poluir a atmosfera- sofre agora a devida retificação pelo Ministério do Meio Ambiente. Naquela ocasião, o ranking divulgado desconsiderou a vantagem de automóveis flex sobre modelos a gasolina. Ameaçou uma iniciativa elogiável de transparência e prejudicou a imagem de uma inovação nacional admirada no mundo todo.
Veículos flex podem rodar com álcool hidratado, um combustível renovável. Ao queimar o álcool, esses motores decerto emitem gases do efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO2).
A diferença, sobre a gasolina, é que a maior parte do CO2 produzido na combustão é reabsorvido pela cana na safra seguinte, quando o vegetal faz fotossíntese e cresce. Já os combustíveis fósseis lançam no ar carbono que estava estocado no subsolo.
A superioridade do álcool para mitigar o aquecimento global não havia sido levada em consideração há dois meses. Só entraram na conta poluentes em sentido estrito -substâncias que afetam a saúde, como o monóxido de carbono. Como resultado, vários modelos flex ficaram entre os últimos colocados.
A nova versão da Nota Verde cria uma base mais objetiva para o consumidor com preocupações ambientais exercer sua escolha. Com o novo sistema que considera o CO2, carros flex passam a aparecer no topo da classificação.
O próximo passo seria o governo federal estipular um prêmio fiscal com base na Nota Verde, criando incentivos para fábricas e compradores privilegiarem modelos menos poluidores.
Até agora, o pretexto ambiental só serviu para prorrogar a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados, adotada por razões que nada têm a ver com o tema.


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