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Nota Verde, a errata
A ATABALHOADA apresentação, em setembro, da chamada Nota Verde -classificação de veículos segundo sua
capacidade de poluir a atmosfera- sofre agora a devida retificação pelo Ministério do Meio Ambiente. Naquela ocasião, o ranking divulgado desconsiderou a
vantagem de automóveis flex sobre modelos a gasolina. Ameaçou uma iniciativa elogiável de
transparência e prejudicou a
imagem de uma inovação nacional admirada no mundo todo.
Veículos flex podem rodar com
álcool hidratado, um combustível renovável. Ao queimar o álcool, esses motores decerto emitem gases do efeito estufa, como
o dióxido de carbono (CO2).
A diferença, sobre a gasolina, é
que a maior parte do CO2 produzido na combustão é reabsorvido
pela cana na safra seguinte,
quando o vegetal faz fotossíntese
e cresce. Já os combustíveis fósseis lançam no ar carbono que
estava estocado no subsolo.
A superioridade do álcool para
mitigar o aquecimento global
não havia sido levada em consideração há dois meses. Só entraram na conta poluentes em sentido estrito -substâncias que
afetam a saúde, como o monóxido de carbono. Como resultado,
vários modelos flex ficaram entre os últimos colocados.
A nova versão da Nota Verde
cria uma base mais objetiva para
o consumidor com preocupações ambientais exercer sua escolha. Com o novo sistema que
considera o CO2, carros flex passam a aparecer no topo da classificação.
O próximo passo seria o governo federal estipular um prêmio
fiscal com base na Nota Verde,
criando incentivos para fábricas
e compradores privilegiarem
modelos menos poluidores.
Até agora, o pretexto ambiental só serviu para prorrogar a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados, adotada
por razões que nada têm a ver
com o tema.
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