São Paulo, segunda-feira, 06 de janeiro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR

Fome ou demagogia?
"Suspender a licitação para a compra de caças para a Força Aérea Brasileira com o argumento de que a prioridade é o combate à fome é demagogia de palanque. O desembolso do dinheiro só se iniciaria após a entrega dos primeiros caças, o que aconteceria daqui a quatro ou cinco anos. Será que o Fome Zero vai ser a grande desculpa para tudo nos próximos quatro anos? Um projeto que já deveria estar estruturado e na prancheta, mas que por enquanto só existe na mente visionária de meia dúzia de acadêmicos."
Hermínio Silva Júnior (São Paulo, SP)

"Não posso deixar de cumprimentar o presidente Lula por ter cancelado a licitação de jatos militares, para o dinheiro ser empregado em programas sociais. Num mundo violento e militarizado, essa atitude engrandece a sua biografia. Por mais relevantes que tenham sido os militares no passado, na defesa da nação, hoje isso não tem muita razão de ser. A guerra, principalmente na América Latina, não é contra um determinado país, mas sim contra bandidos comuns, como traficantes de drogas, contrabandistas, pedófilos etc. Eles merecem pesada repressão do Estado. Mas isso não será efetuado por caças supersônicos."
Neli Aparecida de Faria (São Paulo, SP)

Mudança de gestão
"Como acionista da Petrobras, lamento as atitudes tomadas até agora pelo novo governo. Uma das boas medidas tomadas pelo governo FHC foi a profissionalização dessa empresa. Uma companhia que tem um plano de investimentos de aproximadamente R$ 30 bilhões para os próximos cinco anos deve ser gerida por profissionais de reconhecida capacidade. Ser apenas (um bom) senador do PT não basta. A nomeação de um político para presidi-la não é apenas um retrocesso, mas também um equívoco. Além disso, a afirmação da ministra Dilma Rousseff, de que cedo ou tarde toda a diretoria da empresa será trocada, é de uma indelicadeza sem precedentes, para dizer o mínimo. Será que a ministra não sabe que a diretoria é composta, em sua maioria, por profissionais de carreira, alguns com até 30 anos de serviços prestados à Petrobras? Não caberia ao presidente, depois de melhor conhecê-los, decidir quem fica e quem sai? Será que o fato de não terem sido indicados por "companheiros" do PT os desqualifica?"
Ricardo Cohen (São Paulo, SP)

Terceirização na Saúde
"Em atenção à reportagem "PT mantém serviços terceirizados do PAS", (Cotidiano, 27/12), informamos que, na rubrica orçamentária de gastos com serviços de terceiros, estão incluídas despesas de naturezas diversas. Pode-se mencionar, por exemplo, pagamento de bolsas a médicos residentes, locação de imóveis onde estão instaladas unidades de saúde. Temos, ainda, valores mais significativos que são utilizados no repasse de verbas às instituições parceiras do Programa Saúde da Família, repasse à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), correspondente a parceria para apoio de diagnóstico e terapêutico, além dos diferentes contratos de serviços, como manutenção de equipamentos, limpeza, vigilância, lavanderia, nutrição, entre outros. Após oito anos sem qualquer concurso, a Secretaria Municipal da Saúde realizou concurso público para oito categorias profissionais: médicos, enfermeiras, psicólogos, auxiliares de enfermagem, biólogos, agentes de zoonoses, auxiliares técnicos administrativos e farmacêuticos. Com isso foram admitidos mais de 10 mil novos funcionários. O Programa Saúde da Família é implantado em parceria com as seguintes instituições: Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Casa de Saúde Santa Marcelina, Associação Congregação de Santa Catarina, Sociedade Beneficente Brasileira Hospital Albert Einstein, Instituto Adventista de Ensino, Unifesp, Fundação Faculdade de Medicina (USP), Fundação Zerbini, Organização Santamarense de Educação e Cultura, Associação Saúde da Família, Associação Comunitária Monte Azul e Centro de Estudo e Pesquisa "Dr. João Amorim". Nem esse programa, nem as instituições parceiras têm algo a ver com o que foi o PAS. Serviços terceirizados como limpeza, laboratório e vigilância são necessários, pois não temos profissionais disponíveis e alguns desses serviços são mais econômicos nessa forma de contratação." Pedro Dimitrov secretário-adjunto da
Saúde do município de São Paulo (São Paulo, SP)

Taxa do lixo
"O que acontece com a maioria das pessoas que ocupa cargos públicos? Qual a relação entre cobrança de taxa e conscientização social, citada pelo vereador José Mentor ("Cada um com seu lixo", "Tendências/Debates", pág. A3, 4/1)? Se vale o "cada um com seu lixo", gostaria de pedir para que, a partir das próximas eleições, os candidatos retirem todo o lixo deixado ao longo das ruas e nas portas das escolas, travestido de propaganda eleitoral. Principalmente o vereador José Mentor, que foi o primeiro e praticamente o único que, além de não retirar seu próprio lixo eleitoral, fincou seus cartazes no gramado da avenida 23 de Maio. Faltou poste ou consciência?"
Eliana Bianco (São Paulo, SP)

O petróleo é "nuestro"
"A intenção de Chávez de criar a "Petroamérica" (multiestatal petrolífera) é a mais bombástica declaração que se poderia ouvir de um chefe de Estado presente na posse de Lula. Quem leu "As Veias Abertas da América Latina", de Eduardo Galeano, aplaude. Mas vamos com calma: a soberania venezuelana deve ser definida pelos venezuelanos. O que acontece lá, na realidade?"
José Esteves (Santos, SP)

Cultura do corpo
"Li que os cinemas de rua parecem estar com os dias contados. A onda agora é ir aos cinemas de shopping centers. Desse jeito, ficamos assim: vamos assistir a filmes no shopping; comemos dois quilos de pipoca e tomamos três litros de refrigerante, além de depararmos com longas nada mais do que comerciais, elaborados nos estúdios da Califórnia, onde os roteiristas jamais se esquecem do "happy end". Ou seja, as meninas ficam sem quadril, todos nós ficamos gordos e, principalmente, sem cultura. Exatamente como os americanos."
Fernando Henrique Rocha Salles (São Paulo, SP)

Fome infantil
"Parabéns pela pertinente abordagem do tema da fome na Folhinha ("Crianças discutem a fome", 4/1). Principalmente por levá-lo ao conhecimento das crianças leitoras que, em sua maioria, devem ser de famílias de classe média para cima e, portanto, nunca passaram fome. Em 1998, fiz uma viagem de carro a Teresina com a minha família, que durou três dias. Nas estradas de Pernambuco e do Piauí, vimos cenas que nos levaram às lágrimas: crianças desesperadas batendo nos vidros do carro pedindo comida, dinheiro, fita cassete, moedas, o que fosse. Meus pais se lembraram do tempo em que passaram fome lá. Ao ler a reportagem, lembrei-me das cenas."
Vanessa Ribeiro (São José dos Campos, SP)

Boas-festas

A Folha agradece e retribui os votos de boas-festas recebidos de: Paulo Eduardo S.O. Naddeo, chanceler e Sandoval Massa, assessor de marketing comunicação da Unicid -Universidade Cidade de São Paulo (São Paulo, SP); Faça Parte (São Paulo, SP); Vivercidades (Rio de Janeiro, RJ); Cláudio Simas, Sempre Propaganda (São Paulo, SP); Acesita S.A. (Belo Horizonte, MG); Elza Ajzenberg, Museu de Arte Contemporânea da USP (São Paulo, SP); Alfredo Bruno Júnior, diretor superintendente e Rosa Simei Bruno, coordenadora do CME -Associação Comercial de São Paulo, Distrital Santo Amaro (São Paulo, SP); Antonio Gomes da Rocha Azevedo, Claudio Migueis Abrahão, Pedro Júlio de Cerqueira Gomes e Tácito de Toledo Lara Neto, Abrahão, Azevedo e Gomes Advogados (São Paulo, SP).


Texto Anterior: Teresa Arruda Wambier e Luiz Rodrigues Wambier: As dívidas públicas "alongadas"

Próximo Texto: Erramos
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.