|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PAINEL DO LEITOR
O "Painel do Leitor" recebe colaborações por e-mail (leitor@uol.com.br), fax (0/xx/11/3223-1644) e correio (al.Barão de Limeira, 425, 4º andar, São Paulo-SP, CEP 01202-900). As mensagens devem ser concisas e conter nome completo, endereço e telefone. A Folha se reserva o direito de publicar trechos.
Direito de greve
"É inaceitável a proposta do governo de proibir as greves no serviço público com a justificativa de
manter em funcionamento os setores essenciais. Primeiro, porque o
direito de greve é constitucional e,
segundo, porque, na verdade, todos
os serviços públicos são essenciais.
As intenções dessa proposta são o
fatiamento das reformas trabalhistas e previdenciária e a confirmação
de mais ataques aos servidores. Não
satisfeito com a reforma previdenciária de 2003 e com a proposta do
PAC que congela o salário dos servidores por dez anos, agora o governo
quer atacar o direito legítimo de reivindicação dos trabalhadores que é
a greve."
ADRIANO DA SILVA DIAS (Brasília, DF)
Educação
"O Enem comprova: na cidade de
São Paulo, as escolas estaduais são
um fracasso, seja no centro, seja na
periferia" (Cotidiano, 5/3). Com
essa frase começa uma reportagem
sobre o resultado do último Enem
que, na minha opinião, distorce a
realidade. Cabe perguntar: de quem
é o fracasso? Seria mesmo das escolas estaduais? Não seria da própria
sociedade que vivemos? Do sistema
em que nos engendramos?
Virou lugar-comum apontar um
culpado já acostumado a levar a
"culpa". Como professor das redes
particular e pública, posso dizer,
sem medo: o fracasso não é da escola, é nosso.
O fracasso é da hipocrisia da classe dominante e da arrogância da
nossa classe média, que virou as
costas para a escola pública e transformou a educação num apartheid
social. Atribuir o fracasso às escolas
é, mais uma vez, lançar um olhar
distanciado do problema e desconsiderar os fatores que realmente
produziram esse fracasso."
SILVIO LUIZ LOFEGO, professor-doutor, coordenador do curso de história e diretor de pesquisa e
extensão da Unijales (São José do Rio Preto, SP)
"Todas as escolas estaduais de SP
têm nota abaixo de 50" (Primeira
Página, 5/3); "Nenhuma escola estadual na cidade de SP obteve nota
azul" (Cotidiano, 5/3). Mais uma
vez deparamos com uma reportagem que demonstra a "qualidade do
ensino público".
De nada adiantam soluções simplistas e de curto prazo. É necessário uma política séria, de longo prazo, independente dos governos que
estiveram no poder. É necessário
amadurecer a idéia de um pacto para a melhoria da qualidade da educação. É preciso investir maciçamente na melhoria da parte física
-com laboratórios de qualidade,
informatização (não apenas dez
computadores), sala de recursos visuais com amplo acervo, biblioteca
de pesquisa com professor responsável...-, melhorar as condições salariais e implantar um plano de carreira para os professores."
ANTÔNIO CARLOS FRANCISCO DE OLIVEIRA, professor da rede pública estadual e municipal de São
Paulo (Taboão da Serra, SP)
"O texto "Todas as escolas estaduais de SP têm nota abaixo de 50"
esclarece que é necessário melhorar o ensino estadual para corrigir a
desigualdade social -em vez de ficar dando cotas e abonos de 3% para alunos entrarem numa USP ou
Unicamp, o que não resolve o problema. É preciso uma reforma profunda no ensino das escolas estaduais para preparar melhor nossas
futuras gerações. Um país não terá
chances de crescer se nossas crianças não tiverem um ensino de qualidade. Nosso potencial intelectual
está sendo desperdiçado."
ROBERTO GOULART (Ribeirão Preto, SP)
Exército e defensoria
"Segundo o defensor público Renato Khair ("Painel do Leitor", 5/3),
a Justiça é imoral e injusta e os militares causaram malefícios ao país.
E quanto à defensoria pública,
como anda? Tem operado com o
mesmo labor que trabalham os militares diuturnamente? O que fazia
no regime militar?"
PAULO MARCOS G. LUSTOZA, capitão-de-mar-e-guerra da reserva (Rio de Janeiro, RJ)
Cartórios
"Em Portugal, onde os cartórios
foram privatizados em 2004 e há
concursos públicos para o preenchimento de cargos, jamais teria
parecer favorável uma proposta de
emenda constitucional casuística
como a PEC 471/2005, que busca
dar nova redação ao parágrafo 3º do
artigo 236 da Constituição Federal,
estabelecendo a efetivação para os
atuais responsáveis e substitutos
pelos serviços notariais.
Concurso público para cartório
significa reforma da própria administração pública."
LAFAIETE LUIZ DO NASCIMENTO (Águas Claras, DF)
Fundo de pensão
"No texto "Governo teme rombo
em pensão de servidor" (Dinheiro,
27/2), foi abordada a proposta de
criar apenas um fundo complementar de previdência para os servidores da União. O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco
Central - Regional São Paulo (Sinal-SP) manifesta-se contra esse
projeto de lei, pois teme que um
fundo de tal porte seja usado politicamente. O governo já provou que é
um mau administrador.
Dou como exemplo o episódio recente do mensalão, que teria sido
financiado por fraudes cometidas
nos fundos de pensão, como o Previ, dos funcionários do Banco do
Brasil, controlados pelo governo.
Os funcionários do BC preferem
que a previdência complementar
continue sendo gerida pelo Centrus, o fundo de pensão dos funcionários do Banco Central, um bom
exemplo de gestão não administrada exclusivamente pelo governo
com retorno eficiente para seus investidores.
Esse fundo, entretanto, por decisão do governo, não permite a entrada de novos funcionários e tem
data para acabar: quando morrer o
último funcionário aposentado pela CLT."
DARO MARCOS PIFFER, presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central - Sinal
-Regional São Paulo (São Paulo, SP)
Obedientes
"Cito o senhor Luiz Mott, em carta publicada ontem nesta seção: "Os
gays e lésbicas não querem caridade, mas o respeito racional à sua humanidade integral como os demais
filhos e filhas do Criador".
O senhor Mott está dizendo, ainda que indiretamente, que, assim
como os heterossexuais, os homossexuais também são filhos de Deus.
Assim sendo, permita-me lembrar
ao senhor Mott que os filhos de
Deus procuram obedecer seu Pai. E
um dos mandamentos indiscutíveis
de Deus é que o sexo deve ser praticado única e exclusivamente dentro
da união conjugal, entre um homem e uma mulher.
Já que somos todos filhos, que tal
sermos obedientes?"
OTONIEL MEYER GARCIA (São Paulo, SP)
Leia mais cartas na Folha Online
www.folha.com.br/paineldoleitor
Serviço de Atendimento ao Assinante: 0800-775-8080
Grande São Paulo: 0/xx/11 3224-3090
www.cliquefolha.com.br
Ombudsman: 0800-15-9000
ombudsman@uol.com.br
www.folha.com.br/ombudsman
Texto Anterior: Márcio Cidade Gomes: Emílio Ribas: restabelecendo a verdade Próximo Texto: Erramos Índice
|