São Paulo, terça-feira, 06 de março de 2007

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PAINEL DO LEITOR

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Direito de greve
"É inaceitável a proposta do governo de proibir as greves no serviço público com a justificativa de manter em funcionamento os setores essenciais. Primeiro, porque o direito de greve é constitucional e, segundo, porque, na verdade, todos os serviços públicos são essenciais. As intenções dessa proposta são o fatiamento das reformas trabalhistas e previdenciária e a confirmação de mais ataques aos servidores. Não satisfeito com a reforma previdenciária de 2003 e com a proposta do PAC que congela o salário dos servidores por dez anos, agora o governo quer atacar o direito legítimo de reivindicação dos trabalhadores que é a greve."
ADRIANO DA SILVA DIAS (Brasília, DF)

Educação
"O Enem comprova: na cidade de São Paulo, as escolas estaduais são um fracasso, seja no centro, seja na periferia" (Cotidiano, 5/3). Com essa frase começa uma reportagem sobre o resultado do último Enem que, na minha opinião, distorce a realidade. Cabe perguntar: de quem é o fracasso? Seria mesmo das escolas estaduais? Não seria da própria sociedade que vivemos? Do sistema em que nos engendramos?
Virou lugar-comum apontar um culpado já acostumado a levar a "culpa". Como professor das redes particular e pública, posso dizer, sem medo: o fracasso não é da escola, é nosso.
O fracasso é da hipocrisia da classe dominante e da arrogância da nossa classe média, que virou as costas para a escola pública e transformou a educação num apartheid social. Atribuir o fracasso às escolas é, mais uma vez, lançar um olhar distanciado do problema e desconsiderar os fatores que realmente produziram esse fracasso."
SILVIO LUIZ LOFEGO, professor-doutor, coordenador do curso de história e diretor de pesquisa e extensão da Unijales (São José do Rio Preto, SP)

"Todas as escolas estaduais de SP têm nota abaixo de 50" (Primeira Página, 5/3); "Nenhuma escola estadual na cidade de SP obteve nota azul" (Cotidiano, 5/3). Mais uma vez deparamos com uma reportagem que demonstra a "qualidade do ensino público".
De nada adiantam soluções simplistas e de curto prazo. É necessário uma política séria, de longo prazo, independente dos governos que estiveram no poder. É necessário amadurecer a idéia de um pacto para a melhoria da qualidade da educação. É preciso investir maciçamente na melhoria da parte física -com laboratórios de qualidade, informatização (não apenas dez computadores), sala de recursos visuais com amplo acervo, biblioteca de pesquisa com professor responsável...-, melhorar as condições salariais e implantar um plano de carreira para os professores."
ANTÔNIO CARLOS FRANCISCO DE OLIVEIRA, professor da rede pública estadual e municipal de São Paulo (Taboão da Serra, SP)

"O texto "Todas as escolas estaduais de SP têm nota abaixo de 50" esclarece que é necessário melhorar o ensino estadual para corrigir a desigualdade social -em vez de ficar dando cotas e abonos de 3% para alunos entrarem numa USP ou Unicamp, o que não resolve o problema. É preciso uma reforma profunda no ensino das escolas estaduais para preparar melhor nossas futuras gerações. Um país não terá chances de crescer se nossas crianças não tiverem um ensino de qualidade. Nosso potencial intelectual está sendo desperdiçado."
ROBERTO GOULART (Ribeirão Preto, SP)

Exército e defensoria
"Segundo o defensor público Renato Khair ("Painel do Leitor", 5/3), a Justiça é imoral e injusta e os militares causaram malefícios ao país. E quanto à defensoria pública, como anda? Tem operado com o mesmo labor que trabalham os militares diuturnamente? O que fazia no regime militar?"
PAULO MARCOS G. LUSTOZA, capitão-de-mar-e-guerra da reserva (Rio de Janeiro, RJ)

Cartórios
"Em Portugal, onde os cartórios foram privatizados em 2004 e há concursos públicos para o preenchimento de cargos, jamais teria parecer favorável uma proposta de emenda constitucional casuística como a PEC 471/2005, que busca dar nova redação ao parágrafo 3º do artigo 236 da Constituição Federal, estabelecendo a efetivação para os atuais responsáveis e substitutos pelos serviços notariais.
Concurso público para cartório significa reforma da própria administração pública."
LAFAIETE LUIZ DO NASCIMENTO (Águas Claras, DF)

Fundo de pensão
"No texto "Governo teme rombo em pensão de servidor" (Dinheiro, 27/2), foi abordada a proposta de criar apenas um fundo complementar de previdência para os servidores da União. O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central - Regional São Paulo (Sinal-SP) manifesta-se contra esse projeto de lei, pois teme que um fundo de tal porte seja usado politicamente. O governo já provou que é um mau administrador.
Dou como exemplo o episódio recente do mensalão, que teria sido financiado por fraudes cometidas nos fundos de pensão, como o Previ, dos funcionários do Banco do Brasil, controlados pelo governo.
Os funcionários do BC preferem que a previdência complementar continue sendo gerida pelo Centrus, o fundo de pensão dos funcionários do Banco Central, um bom exemplo de gestão não administrada exclusivamente pelo governo com retorno eficiente para seus investidores. Esse fundo, entretanto, por decisão do governo, não permite a entrada de novos funcionários e tem data para acabar: quando morrer o último funcionário aposentado pela CLT."
DARO MARCOS PIFFER, presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central - Sinal -Regional São Paulo (São Paulo, SP)

Obedientes
"Cito o senhor Luiz Mott, em carta publicada ontem nesta seção: "Os gays e lésbicas não querem caridade, mas o respeito racional à sua humanidade integral como os demais filhos e filhas do Criador".
O senhor Mott está dizendo, ainda que indiretamente, que, assim como os heterossexuais, os homossexuais também são filhos de Deus. Assim sendo, permita-me lembrar ao senhor Mott que os filhos de Deus procuram obedecer seu Pai. E um dos mandamentos indiscutíveis de Deus é que o sexo deve ser praticado única e exclusivamente dentro da união conjugal, entre um homem e uma mulher. Já que somos todos filhos, que tal sermos obedientes?"
OTONIEL MEYER GARCIA (São Paulo, SP)

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