|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES
200 anos de indústria
ESTE ANO de 2008 está sendo
muito prazeroso pelo fato de
relembrarmos os 200 anos da
chegada da família real ao Brasil.
A oportunidade tem proporcionado vários tipos de interpretação
do histórico translado e do papel de
dom João 6º. Os historiadores nos
brindam a cada dia com fatos recém-descobertos e que, em muitos
casos, desmistificam os estereótipos até então prevalecentes a respeito da indolência do príncipe regente e de seus auxiliares. Todos
mostram um administrador astuto
ao decidir mudar para o Brasil e visionário ao liderar o crescimento
da nossa pátria.
Dentre as várias medidas tomadas nesse campo, tiveram destaque
a abertura dos portos e a estimulação da indústria.
O alvará de 1º de abril de 1808 autorizou a implantação de fábricas e
manufaturas no Brasil, revogando
o alvará da rainha dona Maria 1ª, de
1º de janeiro de 1785, que proibia
terminantemente as atividades
industriais.
Esses atos de coragem tendem a
ser esquecidos pelas pessoas que
hoje em dia vêm este Brasil pujante, a maior potencia industrial da
América Latina, e obtendo um destaque mundial pela sua presença
no mercado internacional, com
aviões, eletrônicos, equipamentos
complexos e pela própria capacidade interna de construir plantas industriais de alta sofisticação tecnológica, apesar de todos os problemas que nos afligem na infra-estrutura e na educação.
O salto entre o nada de 1808 e o
que temos em 2008 não se deu por
acaso. Foi fruto da criatividade e do
enorme esforço de milhares de empresários e trabalhadores brasileiros. A força dessa gente pode ser
avaliada pela diversificação e pela
evolução qualitativa dos bens e serviços que ocorreram nesses dois
séculos.
Em boa hora, a Confederação
Nacional da Indústria organizou
em Brasília uma preciosa mostra
dessa trajetória. Ainda não a visitei
-o que farei brevemente-, mas tive o enorme prazer de passar o último fim de semana saboreando um
belíssimo livro que, com precisão e
arte, sintetiza a esplendorosa história da indústria brasileira. Foi a
mais justa homenagem que até hoje se fez aos construtores do passado e aos produtores do presente.
A Confederação Nacional da Indústria está de parabéns pela organização da exposição, pela publicação do magnífico livro "200 Anos
de Indústria no Brasil" e pela comemoração dos seus 70 anos de
trabalho em favor da indústria no
Brasil.
Se você, leitor, tiver uma chance
de visitar a exposição, que o faça. Se
conseguir o livro, que se delicie.
antonio.ermirio@antonioermirio.com.br
ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES escreve aos
domingos nesta coluna.
Texto Anterior: Rio de Janeiro - Carlos Heitor Cony: Expressão da liberdade Próximo Texto: Frases
Índice
|