São Paulo, domingo, 06 de abril de 2008

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ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES

200 anos de indústria

ESTE ANO de 2008 está sendo muito prazeroso pelo fato de relembrarmos os 200 anos da chegada da família real ao Brasil.
A oportunidade tem proporcionado vários tipos de interpretação do histórico translado e do papel de dom João 6º. Os historiadores nos brindam a cada dia com fatos recém-descobertos e que, em muitos casos, desmistificam os estereótipos até então prevalecentes a respeito da indolência do príncipe regente e de seus auxiliares. Todos mostram um administrador astuto ao decidir mudar para o Brasil e visionário ao liderar o crescimento da nossa pátria.
Dentre as várias medidas tomadas nesse campo, tiveram destaque a abertura dos portos e a estimulação da indústria. O alvará de 1º de abril de 1808 autorizou a implantação de fábricas e manufaturas no Brasil, revogando o alvará da rainha dona Maria 1ª, de 1º de janeiro de 1785, que proibia terminantemente as atividades industriais.
Esses atos de coragem tendem a ser esquecidos pelas pessoas que hoje em dia vêm este Brasil pujante, a maior potencia industrial da América Latina, e obtendo um destaque mundial pela sua presença no mercado internacional, com aviões, eletrônicos, equipamentos complexos e pela própria capacidade interna de construir plantas industriais de alta sofisticação tecnológica, apesar de todos os problemas que nos afligem na infra-estrutura e na educação.
O salto entre o nada de 1808 e o que temos em 2008 não se deu por acaso. Foi fruto da criatividade e do enorme esforço de milhares de empresários e trabalhadores brasileiros. A força dessa gente pode ser avaliada pela diversificação e pela evolução qualitativa dos bens e serviços que ocorreram nesses dois séculos.
Em boa hora, a Confederação Nacional da Indústria organizou em Brasília uma preciosa mostra dessa trajetória. Ainda não a visitei -o que farei brevemente-, mas tive o enorme prazer de passar o último fim de semana saboreando um belíssimo livro que, com precisão e arte, sintetiza a esplendorosa história da indústria brasileira. Foi a mais justa homenagem que até hoje se fez aos construtores do passado e aos produtores do presente. A Confederação Nacional da Indústria está de parabéns pela organização da exposição, pela publicação do magnífico livro "200 Anos de Indústria no Brasil" e pela comemoração dos seus 70 anos de trabalho em favor da indústria no Brasil.
Se você, leitor, tiver uma chance de visitar a exposição, que o faça. Se conseguir o livro, que se delicie.

antonio.ermirio@antonioermirio.com.br


ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES escreve aos domingos nesta coluna.


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