São Paulo, domingo, 06 de abril de 2008

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PAINEL DO LEITOR

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Educação
"Uma vez mais os dados da educação brasileira, divulgados pela última edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), deixam entrever que não se pode falar em educação de qualidade e, por conseguinte, em cidadania, dissociadas de disciplina, "valorização de uma cultura clássica e humanística", organização pedagógica e respeito pelo profissional da educação, entendendo-se aí, também, remuneração decente.
A escola passa por uma inversão de valores tal que, em nome de uma pseudovalorização da diversidade cultural, alguns professores se vêem constrangidos de falar em clássicos, de solicitar a leitura de um Machado de Assis ou de um Guimarães Rosa. Shakespeare? Só se for em versões narrativas direcionadas aos alunos de séries iniciais."
ZARA FIGUEIREDO (Belo Horizonte, MG)

 

"Os resultados de avaliações como ENEM, SAEB [Sistema de Avaliação da Educação Básica] e Prova Brasil sinalizam aproveitamento precário dos alunos da escola básica paulista. Esforços de secretários de Educação de governos passados não foram suficientes para atravessar dificuldades que persistem. A atual secretária de Estado da Educação, em vez de conseguir somar esforços com as excelentes universidades do Estado, sugere em recentes entrevistas fechar os seus cursos de pedagogia e, por lógica de argumento, os de licenciatura. Não parece ser essa uma maneira promissora de intervir nesse paradoxo!"
SONIA PENIN , diretora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo

Diplomacia
"Um texto brilhante ("Nosso papel é mediar", de Aldo Rebelo, "Tendências/Debates", 4/4), de um homem que tem história no enfrentamento das ditaduras e o espírito leal às suas origens, posição firme, principalmente nos dias de hoje. Clamamos pela paz pelo entendimento, sem submissão, porque esse deve ser o papel de políticos que têm proposta para saídas das crises, não para sobreviver politicamente a qualquer custo. Pois, na ausência de maturidade politica, é mais fácil radicalizar."
WANDERLEY MARTINS DE ANDRADE (São Paulo, SP)

Isabella
"O espírito de sir Arthur Conan Doyle deve estar estupefato com a eficiência sherloquiana da polícia científica paulista! Impressionante o empenho e as técnicas (luminol, exames de DNA, perícias de trajetória etc.) dos nossos detetives na busca das provas periciais do caso da menina Isabella.
Realmente essa eficiência é, com certeza, a regra e não a exceção, em quase 100% dos casos de infanticídio, estupro e outras violências cometidas contra crianças que diariamente acontecem em nosso Estado em todas as camadas da população!"
FÁBIA REGINA WANDERLEY (São Paulo, SP)

Trânsito em São Paulo
"Quero manifestar minha preocupação com a restrição aos caminhões de mudanças. Como poderemos trabalhar? Fechamos a empresa durante a semana e trabalharemos somente aos sábados e domingos? Como ficam os funcionários dessas empresas? Como as empresas poderão prestar um serviço eficiente? Todas as convenções de condomínio terão de ser alteradas? Como ficará a paz e a tranqüilidade dos lares, que terão, nos dias de descanso, intensa movimentação? Sei da importância para o controle do trânsito na capital, também acho que estamos à beira de um colapso, mas não dá para prejudicar uma determinada categoria."
ANDREA GARRIDO , Trans Severino Mudanças (São Paulo, SP)

Tibete e Olimpíada
"O antiamericanismo é uma síndrome que realmente turva a percepção de mundo de certas pessoas. Querer comparar a questão do Tibete, como fez o leitor Camilo Junqueira ("Painel do Leitor", 3/4), com as questões dos quebequenses no Canadá, dos bascos na Espanha e dos aborígenes na Austrália é de uma miopia ímpar.
O Tibete está subjugado a um governo totalitário centralizado e que promove lentamente um massacre cultural do povo autóctone. Já o Québec e o País Basco gozam de um imenso autogoverno, vivem democracias saudáveis e pujantes. Os aborígenes da Austrália são respeitados por um sem-número de leis. Ninguém nega que em todos os casos há o que ser melhorado, mas traçar paralelos entre a situação do Tibete e esses outros três casos é simplesmente falta de conhecimento ou má-fé para fazer propaganda festiva anti-Tio Sam."
DANIEL NEVES (São Paulo, SP)

Dossiê
"Por que investigar ferozmente todos os gastos do governo Lula é normal, mas surge uma gigantesca indignação midiática quando o assunto são os gastos do ex-presidente Fernando Henrique? Por que um ministro de Lula quase cai porque pagou duas tapiocas durante uma viagem (a trabalho) e, por outro lado, todo o séquito de FHC podia se refestelar do bom e do melhor com dinheiro público, sem fiscalização alguma? Quando os gastos de FHC vêm à tona, levantam-se exércitos nas redações para defender sua "privacidade". Dois pesos e duas medidas é apelido."
LUIS CLAUDIO OLIVEIRA (São Paulo, SP)

Direito
"Em 28/3 foi publicado artigo do advogado Plínio de Arruda Sampaio ("Tendências/Debates") denominado "A luta pelo direito". Todos conhecemos o ilustre político e jurista, famoso e admirado por seu indiscutível patriotismo. Todavia, lamentamos que uma ideologia ultrapassada possa ter momentaneamente turvado seu brilhante raciocínio, o que compromete o artigo.
A resposta para sua indagação, de como providenciar moradias para 8 milhões de famílias que carecem de teto no Brasil, passa pelo estudo das experiências bem-sucedidas do México, do Chile e da Espanha. Os fracassos da truculência e da expropriação comunista já estão demonstrados como modelos incompetentes e falidos. Naturalmente, deve ser proporcionado poder de compra a essas famílias, por meio de uma política nacional de habitação perene, com metas de Estado e não de governo."
JOÃO CRESTANA , presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo e da Comissão da Indústria Imobiliária da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (São Paulo, SP)

Sindicatos
"No editorial "Sindicalismo estatal" (Opinião, 4/4), a Folha se coloca contrária ao desconto de um dia de salário por ano nos vencimentos dos não-sindicalizados (mais de 80%, segundo este jornal).
Gostaria de apresentar o contraponto: no nosso sistema sindical, as conquistas de uma categoria são negociadas e, às vezes, conseguidas "na marra" pelos trabalhadores sindicalizados de uma base, mas são estendidas a essa maioria não-sindicalizada. Daí que, ou a parte que não se sindicaliza abre mão dessas conquistas, ou, no mínimo, contribui com uma pequena parcela de salário para fazer jus ao bônus e à manutenção da estrutura que a beneficia."
MANUEL VÁZQUEZ GIL (São Vicente, SP)

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