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ELEIÇÕES MUNICIPAIS
A experiência mostra que,
quando se trata de eleições municipais, o debate político costuma
concentrar-se em questões locais,
concernentes aos problemas que tocam mais diretamente a vida da cidade e do eleitor. Nada mais natural.
Afinal, entre todas as instâncias do
poder político, a prefeitura é aquela
cujas decisões afetam de maneira
mais imediata o cotidiano do cidadão. Em geral, nas campanhas para
prefeito, os problemas que são de
competência do governo federal não
pesam tanto quanto as questões particulares de cada cidade.
O atual governo, no entanto, não
parece disposto a correr qualquer risco nas próximas eleições municipais
e já assumiu uma posição defensiva.
O presidente do PT, José Genoino,
anunciou que o partido está buscando um "pacto de convivência" que o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva
deverá selar em reunião com os líderes dos partidos de sua base de
apoio. Segundo Genoino, a "defesa
do governo federal" nas eleições é o
tema fundamental do encontro.
Além disso, de acordo com a apreciação do próprio presidente Lula, o
mais importante é ressaltar que o governo está preparando sua ofensiva
contra o desemprego. Caberia aos
aliados fazer propaganda das ações
positivas do governo federal. Tal estratégia parece ter ao menos dois objetivos: salvaguardar sua já desgastada imagem e evitar tornar-se um peso para candidaturas petistas.
Na atual conjuntura, marcada pelo
baixo crescimento, pelo desemprego
e pela decepção do eleitorado em relação às promessas feitas durante as
eleições presidenciais, é bem provável que -pelo menos nas grandes
capitais como São Paulo- o debate
municipal ceda algum espaço a
questões federais. O governo federal
é o primeiro a avistar esse cenário e,
ao que tudo indica, apelará mais uma
vez para o marketing. Seria preferível
que, para variar, o discurso e a propaganda cedessem lugar à ação.
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