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KENNETH MAXWELL
"Cleggmania"
e "bigotgate"
O ELEITORADO britânico vota hoje. Os conservadores
parecem a caminho de conquistar o maior número de votos.
Os trabalhistas, depois de 13 anos
no poder, devem perder a sua
maioria. Os liberais democratas se
saíram muito melhor do que qualquer pessoa poderia prever.
Naquela que se tornou uma das
mais disputadas eleições na história recente do país, o resultado aparentemente será definido por um
pequeno número de distritos na
região de Midlands e no norte da
Inglaterra, onde o Partido Trabalhista deve perder assentos para os
liberais democratas.
A eleição trouxe certos elementos novos, que merecem menção.
A mudança mais significativa foi
a ascensão de um terceiro partido
confiável. Depois de 1918, os liberais viveram confinados, à margem
do poder político, embora ocasionalmente contestassem as ortodoxias dos dois grandes partidos políticos.
Neste ano, liderados por Nick
Clegg, se tornaram uma grande
força e podem se ver no papel de
fiel da balança quando os resultados finais forem tabulados.
O Partido Trabalhista, liderado
por Gordon Brown, não se saiu
bem, e seus infortúnios são exemplificados pelo caso de Gillian
Duffy. O primeiro-ministro se encontrou por acaso com Duffy, eleitora trabalhista (ex), e o resultado
foi catastrófico para Gordon
Brown. Duffy é viúva e aposentada
e questionou Brown minuciosamente sobre diversas questões, entre as quais a imigração.
Em público, Brown respondeu
de maneira polida, mas, ao retornar à sua limusine oficial, se esqueceu de que ainda estava portando
um microfone ativo e criticou a sua
equipe por permitir que o encontro
tivesse acontecido, definindo
Duffy como "uma mulher intolerante" [bigot].
O primeiro-ministro correu a se
desculpar diante de Duffy depois
que a gravação se tornou pública.
Mas o estrago estava feito. Era exatamente aquilo de que o público
havia sempre suspeitado: platitudes para a imprensa e insultos longe das câmeras. Pesquisas apontam que 24% dos eleitores trabalhistas se dizem influenciados pelo
acontecido.
O Partido Conservador está em
vantagem, mas David Cameron,
seu líder, vem enfrentando dificuldades para manter a liderança. Ele
apoia o Estado de bem-estar social
e projeta uma imagem de moderação. No entanto, os eleitores trabalhistas desconfiam profundamente dos conservadores.
Talvez Cameron vença. Mas a
atual eleição, sem dúvida, será
muito mais lembrada pela "Cleggmania" e pelo "bigotgate".
KENNETH MAXWELL escreve às quintas-feiras nesta coluna.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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