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INFLAÇÃO EM QUEDA
Os mercados financeiros sinalizaram uma ligeira redução
nas suas projeções para o índice de
inflação de 2005. Segundo o Banco
Central, a expectativa para o IPCA,
índice em que se baseiam as metas
de inflação, caiu para 6,35% neste
ano. Foi a segunda queda, depois de
11 semanas de alta. O prognóstico
para os próximos 12 meses recuou de
5,46% para 5,38%. Já para 2006, o
mercado manteve a projeção de 5%,
mesmo resultado há 54 semanas.
Paralelamente, diferentes índices
de preços referentes ao mês de maio
mostraram desaceleração. Os indicadores relacionados com o atacado
apuraram, na verdade, deflação, em
conseqüência da queda nos preços
dos produtos agrícolas e da valorização na taxa de câmbio, pressionando
para baixo os preços das commodities (ferro, aço e derivados) e os combustíveis. Assim, tanto a inflação
corrente quanto as perspectivas para
o futuro indicam queda.
Não obstante, o BC ainda acena
com a permanência do movimento
de alta dos juros. Sua preocupação
seria evitar que o IPCA ultrapassasse
o limite superior da meta (7%). Subir
novamente os juros só servirá para
deteriorar ainda mais as condições
da atividade econômica e do emprego. O crescimento do PIB (Produto
Interno Bruto) de apenas 0,3%, no
primeiro trimestre de 2005, mostrou
acentuada desaceleração, refletindo
os efeitos da política de juros altos
sobretudo nos investimentos.
A expansão do crédito, que tem dado algum dinamismo ao consumo
dos brasileiros, também deve perder
intensidade ao longo dos próximos
meses. Os juros elevados também
provocam movimentos especulativos no mercado de câmbio, com os
riscos inerentes a esse processo.
Esse cenário de desaceleração na
taxa de crescimento do PIB e os sinais de que a inflação recua precisam
ser levados em conta pelo BC em
suas decisões sobre a política monetária. As condições não recomendam
que se continue com essa escalada
deletéria da taxa Selic.
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