São Paulo, segunda-feira, 06 de junho de 2005

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INFLAÇÃO EM QUEDA

Os mercados financeiros sinalizaram uma ligeira redução nas suas projeções para o índice de inflação de 2005. Segundo o Banco Central, a expectativa para o IPCA, índice em que se baseiam as metas de inflação, caiu para 6,35% neste ano. Foi a segunda queda, depois de 11 semanas de alta. O prognóstico para os próximos 12 meses recuou de 5,46% para 5,38%. Já para 2006, o mercado manteve a projeção de 5%, mesmo resultado há 54 semanas.
Paralelamente, diferentes índices de preços referentes ao mês de maio mostraram desaceleração. Os indicadores relacionados com o atacado apuraram, na verdade, deflação, em conseqüência da queda nos preços dos produtos agrícolas e da valorização na taxa de câmbio, pressionando para baixo os preços das commodities (ferro, aço e derivados) e os combustíveis. Assim, tanto a inflação corrente quanto as perspectivas para o futuro indicam queda.
Não obstante, o BC ainda acena com a permanência do movimento de alta dos juros. Sua preocupação seria evitar que o IPCA ultrapassasse o limite superior da meta (7%). Subir novamente os juros só servirá para deteriorar ainda mais as condições da atividade econômica e do emprego. O crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de apenas 0,3%, no primeiro trimestre de 2005, mostrou acentuada desaceleração, refletindo os efeitos da política de juros altos sobretudo nos investimentos.
A expansão do crédito, que tem dado algum dinamismo ao consumo dos brasileiros, também deve perder intensidade ao longo dos próximos meses. Os juros elevados também provocam movimentos especulativos no mercado de câmbio, com os riscos inerentes a esse processo.
Esse cenário de desaceleração na taxa de crescimento do PIB e os sinais de que a inflação recua precisam ser levados em conta pelo BC em suas decisões sobre a política monetária. As condições não recomendam que se continue com essa escalada deletéria da taxa Selic.

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