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VERGONHA SOCIAL
Estudos divulgados pelo Ipea
(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), órgão ligado ao Ministério do Planejamento, revelam as
péssimas condições sociais do país.
De acordo com o "Radar Social",
uma iniciativa para acompanhar o
desenvolvimento social do país, o
Brasil tem uma das piores distribuições de renda do mundo: menos de
1% dos brasileiros mais ricos detêm
parcela de renda semelhante à de
metade dos brasileiros mais pobres.
O número de pobres, com renda
abaixo de meio salário mínimo, atingiu a cifra de 53,9 milhões de pessoas
em 2003. Desses, 21,9 milhões seriam indigentes.
Os brasileiros vivendo em favelas
ou em assentamentos são 6,6 milhões. O analfabetismo ainda alcança 11,6% da população. Os homicídios se tornaram a principal causa de
morte entre homens de 15 a 39 anos,
configurando um dos mais graves
problemas na área de segurança.
Infelizmente, as principais iniciativas do governo para combater os
maiores problemas sociais do país
estão praticamente paralisadas.
Pesquisa no Siafi (sistema de
acompanhamento de gastos da
União) mostrou que dos recursos
alocados para o programa Saneamento Ambiental Urbano apenas
0,75% havia sido desembolsado até
meados de maio. A situação é a mesma, com mínimas variações, no programa Habitação de Interesse Social,
no Brasil Alfabetizado e na Educação
de Jovens e Adultos.
O Sistema Único de Segurança Pública gastou neste ano apenas 1,83%
dos recursos autorizados. Também
o Primeiro Emprego "não deslanchou" -nas palavras do ministro
Paulo Bernardo, do Planejamento.
Apenas as políticas de acesso ao crédito, como os empréstimos consignados, mostram algum dinamismo.
O quadro é desolador. A desigualdade não retrocede, a economia cresce abaixo da média de países equivalentes e muitos indicadores sociais
são vergonhosos -sem que se vislumbrem perspectivas de mudança.
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