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ERRO DE AVALIAÇÃO
Causou espanto o resultado
do Saresp (Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo) de 2003. A surpresa
deveu-se ao quadro extremamente
positivo que se depreende da avaliação do governo estadual. Segundo
dados divulgados pelo governador
Geraldo Alckmin, 75% dos alunos
da 1ª série do ensino fundamental,
por exemplo, já estão alfabetizados,
taxa que na 2ª série cresce para 90%.
No entanto, a discrepância entre a
opinião geral de que a rede pública
de ensino apresenta sérias carências
e os números extremamente positivos apresentados pelo Estado talvez
possa ser explicada.
Ao que tudo indica -embora a
prova de redação tenha sido formulada pela reputada Fundação Carlos
Chagas, que teria elaborado os critérios de avaliação em conjunto com a
Secretaria Estadual da Educação-, a
correção dos textos ficou a cargo dos
professores da rede estadual.
Ocorre que, pela primeira vez desde a implantação do Saresp, não
houve rodízio entre os profissionais
das várias diretorias de ensino -que
acabaram por avaliar o desempenho
de alunos matriculados nas mesmas
escolas nas quais lecionam. O procedimento evidentemente contraria o
bom senso, pois, no processo estão
sendo avaliados também o trabalho
do professor e a excelência da unidade em que ele ministra suas aulas. A
escolha desse sistema de avaliação
demanda explicações.
Além disso, vários professores disseram ter recebido orientação para
agir de maneira condescendente na
correção das provas de redação.
É cedo para crer que houve relaxamento premeditado dos critérios de
correção. Ainda assim, afirmações
como essas devem ser apuradas para
que não restem dúvidas quanto à
isenção do processo de avaliação levado a cabo pelo governo Alckmin.
É de esperar que a verificação dos
resultados determinada pelo governo afaste as piores suspeitas.
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