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São Paulo, quarta-feira, 06 de agosto de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Manifestação
"Registro a omissão da "Nota à imprensa" na reportagem "Senadora é ferida em confronto com a PF" (Brasil, 2/8), em evidente descumprimento do "Manual da Redação" do jornal. A nota foi divulgada às 17h10 pelo sítio do Ministério da Previdência Social. Às 19h10, a Agência Estado já noticiava comentários dos grevistas sobre a nota oficial. Os demais jornais registraram com equilíbrio a posição do ministério sobre a invasão do edifício-sede do INSS em Brasília. A edição nacional da Folha, concluída às 20h30, não menciona o texto. A edição São Paulo/DF, concluída às 23h, informou apenas que a atitude de um grupo de grevistas foi classificada de "ocupação" pelo ministério. Por ironia, o repórter Iuri Dantas, da Folha, foi o primeiro jornalista a saber, por mim, em telefonema realizado às 16h, que o ministério divulgaria nota oficial sobre o assunto. Para que os leitores da Folha tenham acesso aos esclarecimentos prestados pelo ministério, gostaria de informar o seguinte: 1 - a ocupação do prédio do INSS, no dia 1º de agosto, foi o terceiro ato de violência realizado por um grupo de sindicalistas do Rio de Janeiro em apenas duas semanas; 2 - no dia 24 de julho, cerca de 40 manifestantes ocuparam o oitavo andar do ministério e, apesar da atitude agressiva, foram recebidos em audiência pelo ministro Ricardo Berzoini, que aceitou interromper sua agenda para reabrir um canal de negociação que eles próprios haviam interrompido; 3 - no dia 30 de julho, cerca de 50 manifestantes invadiram a superintendência do INSS no Rio de Janeiro, renderam a segurança com o uso de força e, mais uma vez, apesar da violência, foram recebidos em audiência pelo superintendente André Ilha; 4 - na sexta-feira passada, dia 1º de agosto, os manifestantes ultrapassaram todos os limites. Trancaram com corrente e cadeado a garagem da sede do INSS e lacraram com faixas a entrada principal. Impediram a entrada e a saída de funcionários no final da manhã, alguns dos quais passaram pelo constrangimento de deixar o prédio pela janela para levar filhos à escola ou buscá-los; 5 - a violência dos sindicalistas também impediu que 2.500 servidores do Rio de Janeiro tivessem seu pagamento de julho liberado na segunda-feira, dia 4. Os funcionários da área financeira não puderam entrar, e a ordem bancária não foi feita; 6 - os atos caracterizam crime contra a organização do trabalho (artigos 197 a 207 do Código Penal) e não contribuem para a retomada dos entendimentos que permitiriam a busca de alternativas administrativas ou legais para atender as reivindicações; 7 - ao contrário do informado, o presidente do INSS, Taiti Inenami, não se reuniu com o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu; 8 - por fim, gostaria de saber quais foram as 15 pessoas que ficaram feridas e foram atendidas no Hospital de Base, conforme texto da edição nacional. Temos relato de apenas duas pessoas, o que também foi noticiado nos demais jornais e informado pelos próprios sindicalistas."
Wladimir Gramacho, assessor especial de comunicação social do Ministério da Previdência Social (Brasília, DF)

Resposta do jornalista Iuri Dantas - O número de 15 feridos foi fornecido na noite do episódio pela unidade do Corpo de Bombeiros de Brasília que funciona no Hospital de Base.

Previdência
"Parabenizo a Folha por nos brindar com textos brilhantes como o de Saulo Ramos, que, na edição de domingo, mostrou de modo sereno, mas exato, alguns dos profundos erros conceituais da reforma previdenciária. Erros facilmente evitáveis se os atuais governantes tivessem a humildade de consultar juristas e professores de direito antes de pisotear as instituições jurídicas ("Os sem-teto do Poder Judiciário", pág. A3). Parabenizo o jornal também por dar democraticamente a palavra a pessoas de todos os matizes ideológicos. Somente assim podemos conhecer como "funciona" a mente da intelectualidade petista ("Democracia é conflito, não ordem, diz Chaui", Brasil, pág. A10). Invadir fazendas, prédios públicos e privados de modo violento e sistemático é perfeitamente normal e aceitável, afinal, "eles sempre fizeram assim". Mas a reação dos proprietários ao defender o patrimônio ameaçado é "caso de polícia". O que Aristóteles diria da "lógica" dos filósofos contemporâneos?"
Cesar Mecchi Morales (São Paulo, SP)

Dívida
"O verdadeiro espetáculo do crescimento foi o da dívida externa no governo de Fernando Henrique Cardoso. Dos US$ 60 bilhões iniciais, passamos para US$ 228 bilhões em apenas oito anos. Realmente um espetáculo."
Paulo Maciel Gonzaga Roversi Genovez (São Paulo, SP)

Ouro
"Li o editorial "Déficit americano" (Opinião, 28/7) e ocorreu-me lembrar algo que suponho não ter sido lembrado até agora. No Tratado de Breton Woods, existia uma cláusula chamada "Cláusula Ouro", segundo a qual todos os países do mundo mantinham suas reservas em ouro e os EUA se comprometiam a comprar essas reservas dos países que quisessem vendê-las. Essa famosa cláusula dominou o mundo durante muitos anos. Posteriormente, o presidente Nixon introduziu uma mudança nessa "Cláusula Ouro" sem que tivesse havido contestação de nenhum país. Daí para a frente, todos os países que tinham suas reservas em ouro passaram a tê-las em dólar."
José Luiz Moreira de Souza (Rio de Janeiro, RJ)

Depoimento
"O presidente Lula está precisando dar um depoimento global, detalhado e com dados -sem improviso- sobre a situação do país, abordando as reformas em andamento, as reformas previstas, os obstáculos a elas, a situação dos movimentos populares e os diálogos travados com vários setores -empresários, cooperativas, banqueiros, profissionais liberais etc. Também precisa dizer como encontrou o país -numa visão realista e conclusiva-, o que está tentando fazer por ele e quais são as dificuldades que está encontrando."
José de Jesus Moraes Rêgo (Brasília, DF)

Limpeza urbana
"Em atenção à carta da leitora Marcela R. Saravia, publicada nesta seção em 1º/8, a Prefeitura de São Paulo, por meio do Departamento de Limpeza Urbana, explica, em primeiro lugar, que a cobrança da Taxa de Resíduos Sólidos Domiciliares não é relativa aos serviços de varrição e de limpeza especial das vias publicas, já cobrada em outro tributo, mas, sim, sobre o sistema de coleta de resíduos domiciliares. Ou seja, a taxa do lixo é cobrada pelos resíduos gerados diariamente em cada residência ou estabelecimento comercial e é calculada conforme o volume médio de lixo produzido no imóvel, e não sobre a quantidade disposta para coleta. Quanto à reclamação de que existe sujeira nas calçadas da Braz Leme, é bom esclarecer que o serviço de varrição é restrito às sarjetas, e não às calçadas dos imóveis. O local citado recebe as equipes de varrição e de coleta diariamente, exceto aos domingos."
Sueli Pereira, assessora de imprensa do Limpurb (São Paulo, SP)


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