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PAINEL DO LEITOR
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Cargo
"Gostaria de manifestar meu desgosto com a reportagem "Governo
cria cargo no gabinete de Lula para
Appy" (Dinheiro, 3/9).
Recentemente, assumi uma nova
secretaria no Ministério da Fazenda com o objetivo de conduzir a reforma tributária, entre outros temas. Os cargos da nova secretaria
foram criados pela medida provisória 437, que foi revogada em 29 de
agosto. Em decorrência dessa revogação, a equipe da secretaria foi alocada temporariamente em cargos
de mesmo nível hierárquico que estavam vagos. No meu caso, assumi
o cargo de assessor especial do presidente da República.
Ao tratar do assunto, esse jornal
não apenas cometeu um erro factual, ao afirmar que "o governo federal criou ontem um cargo fictício
no gabinete do presidente Lula",
pois o cargo de assessor especial já
existia e é plenamente compatível
com a função de coordenação da reforma tributária, como usou as seguintes expressões: "para não deixar desempregado um dos secretários do Ministério da Fazenda'; "essa é a segunda vez que o governo
cria um cargo para abrigar Appy';
"como o ministério não tinha "sobrando" uma vaga de DAS 6, salário
de R$ 11 mil".
Tal abordagem depreciativa passa a imagem de que estou no governo só por causa do cargo e da sua
remuneração, quando a realidade é
exatamente a oposta: minha passagem pelo governo é feita à custa de
um grande sacrifício familiar e financeiro, pois, antes de ir para o governo, recebia no setor privado remuneração superior à atual.
Não tenho medo de críticas, que
podem ser a base para o debate e
para a construção. E, se esse jornal
tem restrições ao trabalho que estou desenvolvendo, que as apresente de forma aberta.
Reportagens depreciativas, como
a publicada, no entanto, que se
aproximam de um jornalismo marrom, apenas depõem contra a qualidade desse jornal e contribuem
para desestimular a entrada e a
permanência na vida pública de
pessoas que queiram contribuir para o aprimoramento das instituições de nosso país."
BERNARD APPY (Brasília, DF)
Defensoria
"Parabenizo a Folha por ceder
espaço tão importante para Juliana
Garcia Belloque, Luiz Kohara e Valdir João Silveira defenderem a importância da Defensoria Pública
("Pela estruturação da Defensoria
em SP", "Tendências/Debates", 4/9).
Os autores mostram de forma cabal a necessidade imperiosa de consolidarmos a Defensoria no Estado.
Como falar em democracia se a
ampla maioria da população não
tem um serviço público que lhe assegure a busca de seus direitos?"
RAIMUNDO BONFIM , advogado, coordenador-geral
da Central de Movimentos Populares do Estado
(São Paulo, SP)
Fumo
"Lamentável a posição do presidente Lula em relação à lei que
proíbe o cigarro em locais fechados.
Ele parece ignorar que o SUS gasta
R$ 338 bilhões ao ano com doenças
ligadas ao fumo."
FERNANDO AUGUSTO TIEZZI
(Presidente Prudente, SP)
"Combater o vício do tabagismo é
preconceito, discriminação, crime,
segundo o senhor Antonio Labella
Costa ("Painel do Leitor", 4/9).
E os tabagistas matarem sete fumantes passivos por ano, como noticiou a Folha há dias, e danarem
com a saúde de "sabe Deus" quantos
milhares ou milhões de fumantes
passivos, inclusive parentes, é o
quê? Benemerência?
Danem-se os viciados, inclusive o
presidente, já que querem fumar.
Mas eu tenho o direito de não ter de
inalar essa fumaça assassina."
MANUEL AMARO (São Paulo, SP)
Escola
"Davi e Jônatas, os adolescentes
de Timóteo (MG) que, apesar de
não freqüentarem escola, foram
aprovados nas provas determinadas pela Justiça, ilustram o que nós,
professores, já sabemos: vai-se à escola para receber orientação, esclarecer dúvidas e ter contato com as
disciplinas e o conteúdo, mas estudar, estuda-se em casa. É lamentável a Justiça processar os pais.
Mas "faz sentido". Nossos alunos,
principalmente os da rede pública,
não aprendem nada. Imagine se todos os pais que priorizam a boa formação resolvessem seguir os passos
dessa família.
Enquanto corruptos, traficantes,
assassinos e estupradores são soltos, nossa Justiça quer enquadrar
um casal devido a suas escolhas."
HELENA MARIA DE SOUZA , professora de história
da rede pública (Rio de Janeiro, RJ)
Nelson Motta
"Estou muito triste. Gostava demais dos textos de Nelson Motta.
Ficaremos também, durante 30
dias, sem o nosso querido Carlos
Heitor Cony -os dois que sempre
nos alegram ou nos fazem chorar
com suas características próprias
de escrever, saindo totalmente fora
do normal, ou seja, do político.
A suavidade dos textos desse cantinho é que faz que nos sintamos totalmente reais em nosso dia-a-dia."
TEREZINHA DIAS ROCHA (São Paulo, SP)
"A coluna de Nelson Motta de ontem fechou com chave de diamante
o seu ciclo na Folha: a TV Brasil é
um poço sem fundo, onde é rasgado
sem dó o dinheiro do contribuinte.
Por isso o Brasil está neste eterno
subdesenvolvimento, apesar da altíssima carga tributária.
Uma pena Nelson Motta deixar a
Folha. Nós, os leitores, ficaremos
mais pobres."
NELI APARECIDA DE FARIA (São Paulo, SP)
"O último artigo de Nelson Motta
na Folha foi lamentável.
Ele sugere que as TVs pagas são
de ótima qualidade e deveriam ser
estendidas a todo o povo brasileiro.
No dia em que isso acontecer, estaremos definitivamente dominados pela mídia e pela cultura lixo
norte-americana.
Nossa TV pública cumpre o seu
papel de informar e de educar sem
se vender ao conteúdo fácil que traz
audiência. Num país em que Chacrinha se tornou "cult", o que esperar dos jornalistas de cultura e
entretenimento?"
LUIZ FERNANDO GRECO (Uberlândia, MG)
Grampos
"Melchiades Filho escreveu um
texto luminoso ("Grampo legal",
Opinião, ontem) em meio à bruma
que tomou conta da mídia. Provou,
por A+B, que "o governo só tem a comemorar com a escandalização do
uso das escutas telefônicas".
Junto aos legítimos protestos em
defesa da privacidade e dos direitos
individuais, desenrola-se o processo paulatino de "anistia" dos crimes
financeiros e das parcerias despudoradas entre setor público e negócios privados. Um rosário de manobras que o jornalista desfiou em
sete pontos.
Eis aí um roteiro competente para a Folha seguir, ponto a ponto,
pois está nos devendo uma apuração satisfatória nesse pântano."
BETH VIVIANI (São Paulo, SP)
Waldick
"A Folha tem algum preconceito
contra Waldick Soriano? Ele, que
embalou uma multidão de românticos pelo Brasil afora, não foi prestigiado com uma foto na Primeira
Página ao lado de Fernando Torres, que fazia parte de um grupo
restrito das artes cênicas.
O estilo musical de Waldick era
popular, entendido e apreciado pelos brasileiros das cidades e dos
confins, leitores dessa Folha e ouvintes de radinho de pilha que se
emocionavam com a sua música."
LUCIANA AMARAL (Curitiba, PR)
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