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FERNANDO RODRIGUES
Mais de 27 milhões
BRASÍLIA - As 44 cidades nas quais haverá segundo turno somam 27,3
milhões de eleitores, ou 22,8% de todo o país -que tem 5.562 cidades.
Essa sopa de números resume um
fato inescapável: ainda faltam os votos definitivos de quase um quarto
dos eleitores brasileiros neste processo eleitoral nas cidades.
Os jornalistas já fizemos as análises
contando o número de cidades e de
votos que cada partido teve. Mas o
juízo conclusivo sobre a composição
política pós-eleição só poderá ser realizado com precisão depois do dia 31,
a data do segundo turno.
A propósito, uma das formas menos eficazes de medir o resultado eleitoral de disputas municipais no Brasil é contar apenas o número de cidades conquistadas. Há uma massa de
aproximadamente 5.000 municípios
que não têm importância política. É
aí que PMDB, PFL, PP e PSDB estavam confortavelmente até agora.
A concentração dos eleitores em
áreas urbanas é brutal. O grupo principal de cidades a ser observado é o
das 26 capitais e das outras 46 com
mais de 200 mil eleitores -porque
podem ter segundo turno. Ao todo,
estão aí 35,18% do eleitorado.
Quando se aumenta esse universo
para todas as cidades com mais de
150 mil eleitores e para as capitais, o
eleitorado sobe para 38,7% do total
do país. Uma variação quase irrelevante.
Nas 44 cidades com segundo turno,
haverá dez disputas principais, nas
quais PT e PSDB se enfrentarão diretamente. Nessas dez cidades estão
11,6 milhões de eleitores -a maioria
em São Paulo, que tem 7,8 milhões.
No primeiro turno, os tucanos tiveram 3,9 milhões de votos nas dez cidades onde enfrentarão o PT. Os petistas estão em desvantagem: conquistaram 3,4 milhões.
Quem ficar à frente nessas localidades cantará a vitória sossegado. Os
outros também se autoproclamarão
vencedores, mas certamente vão chorar em silêncio ao voltar para casa.
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