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Sob o domínio...
"Um prefeito do interior de São
Paulo é filmado exigindo propina
de um construtor -que, ao final,
constrói uma escola prestes a desabar sobre crianças- e, mesmo
assim, continua em liberdade -e no
cargo.
O STF sentencia que um senador
seja substituído e, mesmo assim,
desobedecendo à ordem judicial, a
mesa do Senado e seu atuante presidente continuam procrastinando.
Um dos maiores jornais do país é
impedido de noticiar uma operação
policial que envolve parentes do senador Sarney, por decisão de um
juiz considerado impedido e suspeito, e, mesmo assim, a decisão
continua valendo.
Estamos sob o domínio de quem
neste país? Da lei, do banditismo
assumido ou dos poderes do
inferno?"
EDENILSON MEIRA (Itapetininga, SP)
Precatórios
"Mais uma vez, o Legislativo lixa-se para o cidadão e ri ironicamente
do Judiciário ("Câmara aprova PEC
que adia pagamento de precatórios", Brasil, ontem). Estamos vivendo uma ditadura do Legislativo,
devidamente blindada pelo Executivo -e em todos os níveis: federal,
estaduais e municipais.
Um precatório alimentar significa que, em algum momento, o trabalhador foi lesado, pois moveu
ação judicial, constituiu e remunerou um advogado e ganhou a ação,
após todos os recursos possíveis.
Agora, por conta de uma PEC,
com efeito retroativo, é caloteado.
Enquanto isso, a farra com o nosso dinheiro continua no Congresso.
Conforme publicado ontem na Folha, mais dois deputados foram
perdoados pelas despesas indevidas
e imorais com passagens aéreas.
Até quando vamos ser esbulhados impunemente?"
WALTER GIRO GIORDANO (São Paulo, SP)
Energia
"É claro que o assunto precisará
ser muito mais detalhado pelo senhor Nelson Hubner, diretor-geral
da Aneel, mas é muito estranho que
ele venha a público (após a imprensa ter descoberto o caso) relatar um
problema que já conhecia e vinha
escondendo há muitos anos: o reajuste para cima nas tarifas de energia elétrica em todo o Brasil.
Também se estranha que, tendo
já as operadoras concordado em devolver os valores cobrados excessivamente, a Aneel agora praticamente negue que elas tenham
cobrado a mais.
Será porque a base de cálculo do
ICMS seria terrivelmente afetada e
os Estados teriam de devolver os
valores cobrados indevidamente?
Teria o governo conversado reservadamente com o senhor Hubner para lhe dar alguns conselhos
práticos nos quais é mestre quando
se trata de retardar a devolução do
que não lhe pertence?"
PAULO MAGALHÃES (São Paulo, SP)
"A algazarra regulatória que trata
do erro nas contas de energia chega
às raias do ridículo. É inacreditável
que, além de pagar, tenhamos que
assistir ao deprimente embate entre a Aneel e o MME sobre quem seria o responsável pelo pequeno deslize de R$ 7 bilhões.
Não se está discutindo uma escolha política; trata-se de um erro matemático, que não resiste ao mais
simples exame algébrico.
Isso deixa evidente o viés de princípios que norteou o modelo regulatório e as agências brasileiras."
ROBERTO PEREIRA D'ARAÚJO (Rio de Janeiro, RJ)
Aposentadoria
"No seu editorial "Arapuca parlamentar (4/11), a Folha aborda o assunto do deficit da Previdência e critica a pretensão dos aposentados
de pleitear correção igual à do salário mínimo.
O governo faz assistência social
com verba da Previdência, concedendo aposentadorias a trabalhadores rurais, deficientes, idosos e
pessoas que nunca contribuíram
para a Previdência.
Acho bom que essas pessoas tenham essa aposentadoria, mas que
seja desvinculada da Previdência.
O governo nunca contribuiu para
a Previdência com a parte que lhe
cabia. Dilapidou o patrimônio que a
contribuição dos patrões e empregados formou durante a época em
que a Previdência quase só recebia,
pois havia poucos aposentados.
Esse patrimônio deveria ter sido
aplicado para fazer face às despesas
atuais: onde ele está?
Durante 37 anos cumpri a minha
parte, pagando a contribuição
-nos últimos anos, sobre 20 salários- para garantir minha aposentadoria, que hoje é de R$1.400,
quando deveria estar perto de
R$ 8.000.
Que se separe a parte que o governo usa para sua ação social para
que possamos ver a verdade sobre a
Previdência."
CARLOS A. G. LEITE (Belo Horizonte, MG)
Pensão
"A indecência que é pagar pensão
para filha de funcionário público
que não casou acarreta grandes
prejuízos ao contribuinte.
Quem estava pagando a pensão
de Maitê Proença éramos nós, os
contribuintes (coluna de Mônica
Bergamo, Ilustrada, ontem). E o
caso dela não é único. Deve existir
centenas ou milhares de mulheres
-filhas de juízes, generais e que
tais- com filhos e netos que só não
fazem a união formal para poder
continuar mamando nas tetas do
governo."
RONALDO JOSÉ NEVES DE CARVALHO
(São Paulo, SP)
OAB-SP
"Na edição de 28/10, a coluna de
Mônica Bergamo (Ilustrada) publicou que um relatório da empresa
de auditoria Crowe Horwath RCS,
encomendado pela chapa de Luiz
Flávio D'Urso, candidato a um terceiro mandato na presidência da
OAB-SP, concluiu que houve fraude em uma enquete lançada no site
de seu oponente, Rui Fragoso.
Mas a leitura cuidadosa do relatório da Crowe, cheio de salvaguardas, senões e advertências de que
não teve condições técnicas, acesso
ou mesmo que tivesse "espionado" o
site da campanha de Rui Fragoso,
não deixa dúvidas: em nenhum momento a auditoria aponta fraude ou
má-fé, e sim uma "parametrização
imprecisa, que levava a indícios de
deficiência na contabilização dos
votos". Ou seja, alega que, da mera
observação, em um site com mais
de 25 mil acessos no mês, simultâneos ou não, o parâmetro para uma
medição é impreciso.
Imediatamente, o presidente e
fundador da Crowe, Raul Corrêa da
Silva, tornou pública declaração
oficial da empresa desmentindo todo o publicado: "Em nenhum momento concluímos ou atribuímos
evidência de fraude conforme claramente expresso no relatório divulgado por terceiros e inserido em
matérias veiculadas pela imprensa".
Mesmo assim, diante da desmascarada tentativa de imputação de
fraude, o site da campanha de D'Urso continuou estampando a nota da
Folha, que atribui fraude ao site,
enquanto ele, D'Urso, já não sustentava mais essa sua alegação, e,
mesmo diante da declaração da
Crowe, ainda fala em "burla de enquete". Trata-se, na verdade, de
uma fraude da "fraude"."
GUSTAVO HENRIQUE Z. RIBEIRO , advogado,
coordenador de comunicação da campanha de Rui
Fragoso (São Paulo, SP)
Resposta da jornalista Mônica
Bergamo - A Crowe Horwath
RCS foi contratada para, como
diz seu relatório, "revisão e análise de "poll" virtual para indícios de fraude". Nele, conclui
que a enquete do site de Rui
Fragoso, ao receber um voto "a
favor" para o terceiro mandato,
recebia simultaneamente quatro "contra" e que "o resultado
do "poll" não reflete a real opinião dos internautas".
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