São Paulo, quarta-feira, 07 de janeiro de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Planejamento familiar
"Sábia é a sugestão da ministra Emília Fernandes de propor planejamento familiar aos atendidos pelo Bolsa-Família. O planejamento familiar visa reduzir a disseminação da miséria ao passo que a contraprestação exigida dos atendidos visa conquistar cidadania e dignidade. Os atendidos pelo Bolsa-Família devem, entre outras coisas, frequentar a escola. Eis um passo importante rumo à conquista da cidadania. Quanto à dignidade, se a miséria deixar de ser multiplicada, os integrantes das famílias carentes terão mais oportunidade de conquistá-la."
Melissa Stecca Bressanin Napolitano (Bauru, SP)

 

"É preocupante o tom da reportagem "Governo pode exigir planejamento familiar" (Brasil, pág. A7, 6/1), sobre a exigência de planejamento familiar como contrapartida para a inclusão no Bolsa-Família. Mulheres e homens, ricos ou pobres, têm o direito de decidir livremente sobre o número de filhos que querem ter, assim como devem ter acesso à informação e a meios para regular a sua fecundidade. Esse direito está na Constituição e foi regulamentado pela lei 9.263, de 1996. Contudo "exigir" das mulheres pobres o uso de meios anticoncepcionais não é a mesma coisa que garantir direitos e acesso a serviços de saúde. Pela mesma razão, é inadequada a utilização do termo "controle de natalidade". Desde a Conferência Internacional de População e Desenvolvimento, realizada no Cairo (Egito) em 1994, prevalece como terminologia "regulação da fecundidade", "direitos reprodutivos" e "planejamento familiar". O termo controle de natalidade está associado a políticas draconianas e coercitivas (de corte neomalthusiano) que prevaleceram entre os anos 1960 e 1990 e que, em alguns países, como a China, ainda subsistem."
Sonia Corrêa (Rio de Janeiro, RJ)

Pobres
"Permito-me acrescentar ao brilhante texto de Vinicius Torres Freire sobre os pobres ("Todo mundo gosta de pobre", Opinião, 5/1): os que gostam de pobre ou de falar de pobre (nunca com pobre e menos ainda como pobre) são, além dos "pobres de espírito" e "ex-pobres", os intelectuais e os manipuladores... É, guardadas as proporções, como quem muito fala de Deus. Provavelmente pouco ou nada fala com Deus, mas muito sobre Deus, porque dá "ibope". "Pobres de espírito", "ex-pobres", intelectuais e manipuladores raramente falam como pobres."
José Paulo dos Santos Alves Ferreira (Itapecerica da Serra, SP)

Identificação de turistas
"Certas cartas publicadas nesta seção sobre a identificação de turistas norte-americanos nos aeroportos nos fazem corar de vergonha. Alguns patrícios criticam o juiz Julier Sebastião da Silva por ele ter, como digno representante da Justiça, determinado que norte-americanos sejam fotografados e deixem suas impressões digitais em nossos aeroportos. Muitos tacharam o bom juiz de xenófobo, de vingativo, de retaliador etc. Será que alguma dessas pessoas foi ao Estados Unidos -mesmo antes do 11 de Setembro? Eu acho que não, pois, se tivessem ido, não teriam a cegueira de cometer tamanha injustiça com o juiz."
Humberto Mendes (São Paulo, SP)

Educação
"Muito propício o artigo de Roberto Leal Lobo e Silva Filho ("A escola e o profissional do futuro", pág. A3, 6/1). Gostaria de ressaltar em relação ao texto, principalmente no que se refere à falta de admiração, de disciplina e de respeito em relação aos mestres e professores, que essa atitude se dá devido à falta de didática dos docentes na apresentação de muitas matérias, à falta de compromisso deles em gerar interesse nos alunos e em motivá-los a buscar novas informações sobre os temas apresentados. Atualmente, o que se vê, é uma decoreba que não gera interesse e, muito menos, aprendizado, como se houvesse uma cumplicidade entre o aluno, que não cobra resultado do professor, e o professor, que não reprova o aluno. Acabei de formar-me em administração de empresas por uma faculdade renomada, mas tenho a sensação de ter "rasgado dinheiro" por quatro anos, principalmente por sentir que o curso poderia ter sido concluído em dois anos e que o meu desenvolvimento se deu principalmente devido a atividades extracurriculares."
Ricardo Fairbanks Cacciaguerra (São Paulo, SP)

Saúde
"A voz do professor Pinotti é uma das poucas que se ouvem sobre a segunda porta de entrada nos já escassos e sucateados hospitais públicos ("Um self-service chamado SUS", pág. A3, 6/1). Quando o paciente entra pelo serviço de urgência, o atendimento deve, sim, ser universal e a cobrança dos convênios médicos deve ser agilizada: se pagam os hospitais privados, por que não pagar adequadamente os hospitais públicos? O grande problema é o atendimento eletivo. Aí, sim, a segunda porta de entrada é altamente lesiva para os pacientes do SUS, pois pacientes de convênio utilizam o hospital público sem as filas usuais, recebendo um atendimento diferenciado, com instalações direcionadas e que ocupam muito mais estrutura física e de pessoal, diminuindo o espaço que sobra para o atendimento da população restante."
Luciana de A. Nobile, ginecologista e obstetra (São Paulo, SP)

PMDB
"Os petistas que dizem estar se sentindo desiludidos pelo desvirtuamento do partido após a eleição do presidente Lula deveriam ter consolo de sobra vendo como se sentem os peemedebistas em todo o país. O PMDB, que há pouco tempo teve o privilégio de eleger quase todos os governadores e o presidente da República, hoje é um partido subserviente ao PT e tenta receber benesses em troca de apoio nas votações no Congresso para a aprovação das reformas. Até para a reeleição de Marta Suplicy cogita-se o PMDB para vice. Um partido que já teve estrutura sólida em todos os municípios está desgastado, enfraquecido, submisso."
Melchior Moser (Timbó, SC)

Boas-festas
A Folha agradece e retribui os votos de boas-festas recebidos de: Altino João de Barros, McCann-Erickson Publicidade Ltda. (São Paulo, SP); Indústrias Reunidas São Jorge (São Paulo, SP); Fundação Darcy Ribeiro (Rio de Janeiro, RJ); Aldo Rebelo, deputado federal pelo PC do B-SP (Brasília, DF); Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein (São Paulo, SP); Hidenari Hayashi, presidente da Fundação Mokiti Okada (São Paulo, SP); Sofia Carvalhosa (São Paulo, SP); Marco Antonio Antunes, construtora Norberto Odebrecht S.A. (São Paulo, SP); Sandoval Nassa, diretor de Marketing e Comunicação da Unicid -Universidade Cidade de São Paulo (São Paulo, SP); Museu de Arte Mágica e Ilusionismo João Peixoto dos Santos (São Paulo, SP); Fazenda Águas Claras Cafés Especiais (Itapira, SP); F/Nazca Saatchi & Saatchi (São Paulo, SP).


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