São Paulo, segunda-feira, 07 de janeiro de 2008

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PAINEL DO LEITOR

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Operação Condor
"É incrível que o coronel Jarbas Passarinho não tenha feito a autocrítica de seu papel na história negra da ditadura. Como os fascistas italianos e franceses e os comunistas poloneses, apenas "devolveram" os judeus para os campos de extermínio nazistas. Em nenhum momento sabiam que seriam exterminados. A ditadura devolveu argentinos e chilenos, encarregando-se de torturar e exterminar brasileiros. Deve justificar a minha prisão e depois aposentadoria, afinal nem mesmo fui torturado fisicamente."
ISAIAS RAW , presidente da Fundação Butantan (São Paulo, SP)

Medalhas
"Em um país anestesiado pelos escândalos mais variados, caracterizado pela extrema inaptidão de nosso Legislativo em debater e solucionar os grandes problemas nacionais, pela lentidão angustiante de nossa Justiça e pelo festival de mentiras do Executivo, é de causar náuseas ler as matérias de domingo sobre a distribuição de medalhas em profusão por nossos nobres representantes. Sugiro a criação de uma nova distinção: A "Medalha ao Mérito da Mediocridade" -esta sim devendo ser distribuída às dúzias."
OSTILIO DOS SANTOS (São Paulo, SP)

Impostos
"Pagar imposto é um legítimo ato de justiça distributiva. O cristão jamais deve se insurgir contra os tributos, a menos que sejam manifestamente abusivos. O imposto está para a sociedade como o dízimo para a igreja. À luz da fé, podemos asseverar que o imposto é uma espécie de "dízimo social". Toda vez que carreamos numerário aos cofres fazendários, temos de nos revestir de entranhas de caridade e de lídima alegria, porquanto damos nossa quota à manutenção dos serviços públicos e assistência dos pobres."
EDSON LUIZ SAMPEL , teólogo (São Paulo, SP)

Faroeste nos EUA
O roteiro é mais ou menos este: os executivos de Wall Street emprestam bastante a pessoas sem capacidade de pagamento, mas com imóveis para hipotecar. O Fed aumenta os juros para conter a inflação, a dívida infla, os mutuários ficam inadimplentes, os bancos de lá contabilizam megaprejuízos. Aí entra em cena a cavalaria financeira: o Morgan Stanley, grande especulador, recomenda a venda dos nossos papéis, desvalorizando-os. Então começa o ataque: a matança dos índios é generalizada, depois vem a pilhagem de seus bens. Nós somos os apaches da vez, e eles, os ianques, é que são os civilizados. Enquanto isso nossos exércitos voltam-se contra o próprio comando em um momento em que seria importante a união de todos. Esse filme todos já conhecem: a gente morre no final."
CARLOS ANTONIO DE OLIVEIRA (Aracaju, Sergipe)

Educação
Sugiro ao senhor Mauro Alves da Silva (6/1), que cobrou punição aos "maus professores", que procure estudar -isso mesmo, estudar- o conjunto de políticas educacionais implantadas pelas administrações Mário Covas, Geraldo Alckmin, Cláudio Lembo e, agora, José Serra, para verificar como foi se constituindo o atual quadro de crise: o fim do "Centro de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério", que formava excelentes professores; o empréstimo de servidores da educação para outros setores, aliado a uma política de não-contratação de novos, prejudicando seriamente o atendimento oferecido aos alunos; e a contratação de professores sem concurso público, dando margem às piores práticas de clientelismo, fora a criação do sistema de "promoção automática", pelo qual o aluno deve ser aprovado mesmo que não tenha condições para sê-lo."
RENATO FERREIRA DE BRITO (Lins, SP)

Praias
"Gostaria de parabenizar a Folha pela reportagem "Megaresort ameaça duna, diz Promotoria" (Cotidiano, 5/1), que denuncia mais um caso de privatização das praias brasileiras. Fica cada vez mais evidente que as belezas naturais do Brasil estão reservadas ao usufruto dos europeus, norte-americanos e toda a sorte de estrangeiros que puderem comprá-las a peso do euro ou do dólar. A ganância, a falta de visão e a corrupção fazem com que o Poder Público não admita que o fomento do turismo interno sustentável traria muito mais que 100 mil empregos e o usufruto de nossas belezas ao povo brasileiro e não para os filhos dos estrangeiros."
ALEXANDRE ASSIS (São Vicente, SP)

 

"Fico preocupada com a decadência dos textos jornalísticos nos últimos anos. Gostaria de ilustrar o fato com a recente cobertura dada pela imprensa ao súbito "ataque" dos seres marinhos popularmente chamados de águas-vivas. O termo ataque não é apropriado, pois nunca houve relatos desses seres marinhos perseguindo banhistas. Ontem mesmo, em Cotidiano, o jornalista Vinícius Galvão faz um relato sobre a diferença comportamental do veraneio no litoral norte paulista que remete a um oásis do consumismo, da moda e do conforto, que vai da fartura de água doce à ausência de água-viva, como se esse fenômeno tivesse alguma relação com o alto poder aquisitivo dos turistas. Passa-se a impressão de que o fenômeno natural do surgimento dessas espécies neste período do ano é conseqüência do descuido com o ambiente (até nas águas límpidas da praia do Espelho, no sul da Bahia, pode-se encontrar água-viva nesta época) e que os banhistas de Maresias e da praia da Baleia são limpos, e os da Praia Grande não são. A matéria não tem a preocupação de contribuir com o esclarecimento, e isso é uma lástima."
ADRIANA BUENO BRAGA (Campinas, SP)

Masp
"Acerca do artigo "Masp estatal", de Marcos Augusto Gonçalves (Folha, 5/1), gostaria de frisar que a discussão sobre a redefinição institucional que o Masp, o Estado e a sociedade terão de enfrentar deve distinguir, claramente, estatuto jurídico do acervo e modelo de gestão. Sem os recursos estatais que, em 1957, saldaram aproximadamente 60% da dívida contraída para a aquisição do acervo, o Masp teria sido apenas um sonho de "Chatô", interrompido por um brutal seqüestro judicial em Nova York. O Estado brasileiro é, moralmente, ao menos co-proprietário da pinacoteca do Masp. A estatização do acervo, propugnada por documento subscrito já por mais de 800 assinaturas nada teria, portanto, de arbitrária, como dá a entender o articulista. Quanto à gestão do museu, ninguém em sã consciência advoga a administração direta do Estado. A fórmula que prevalece é a gestão compartilhada com uma organização social credenciada, na forma da lei. O essencial é, de um lado, assegurar a autonomia, a agilidade e a proficiência do curador do museu, assessorado e legitimado por um conselho científico e administrativo; de outro, garantir o fluxo de recursos e a vigilância dos poderes públicos."
LUIZ MARQUES, professor de história da arte da Unicamp (São Paulo, SP)

Boas-festas
A Folha agradece e retribui os votos de boas-festas recebidos de: Matias José Ribeiro, Gabinete de Comunicação (São Paulo, SP); Cacá Camargo, presidente da Empreiteira Camargo Junior (São Paulo, SP); Rede Brasil de Televisão (São Paulo, SP); e Vladimir Alves de Souza, diretor de conteúdo do site "O Buxixo" (São Paulo, SP).

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