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ELIANE CANTANHÊDE
Ranking or not ranking?
BRASÍLIA - O ministro Nelson
Jobim avisa que a Aeronáutica
NÃO FARÁ um ranking dos três caças supersônicos finalistas para renovar a sua frota, apenas analisará
critérios individualmente e jogará a maçaroca para Lula decidir.
O problema é que a Aeronáutica
JÁ FEZ um ranking, com seus especialistas, ouvindo empresas interessadas (Embraer à frente), consumindo quase um ano e 30 mil páginas: o sueco Gripen NG ficou em
primeiro; o F-18, dos EUA, em segundo; o francês Rafale, em último.
E agora, José?
Um representante dos EUA ou da
França (não conto) usou uma provocação parecida com a do ministro
francês Hervé Morin contra o Gripen NG: "O Brasil prefere um Mercedes ou um fusquinha?". A resposta parece óbvia, mas não é.
Um país rico, belicoso, que invade o Paquistão e o Afeganistão sem
cerimônia, certamente prefere o
Mercedes. Mas, no Brasil, bonachão e de Orçamento apertado, é um luxo caro e sem sentido.
Talvez o mais adequado, como a
FAB diz, seja um fusquinha mesmo:
um avião menor, mais leve, pela
metade do preço, custo de manutenção mais baixo e capaz de cumprir bem a função de vigilância e
eventual ataque. Além de trazer
tecnologia mais diretamente, com ramificação para a indústria privada e boas chances de negócios.
Assim: os engenheiros e técnicos
brasileiros participam do projeto já
a partir do desenho e na implementação, aprendem tudo sobre componentes e integração de sistemas e
se tornam aptos à fabricação nacional, podendo transformar o país em
plataforma de vendas para África e América Latina.
E o fator preço não é irrelevante.
O governo Lula acaba em um ano,
mas a dívida fica, assim como o custo de manutenção por 30 anos -vida útil de um brinquedinho assim.
Quem paga? A FAB. Que, por tudo
isso, conclui que um fusca zero, de
última geração, está de bom tamanho para um país como o Brasil.
elianec@uol.com.br
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