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BALANÇO PAULISTA
No final da semana passada
o governo do Estado São Paulo
divulgou o balanço de suas contas referente ao ano de 2004. Como era de
esperar, o bom desempenho da economia brasileira contribuiu para que
a arrecadação do Estado alcançasse
R$ 51,1 bilhões -um crescimento
real (descontada a inflação) de 7,9%
sobre 2003. O efeito do crescimento
fica evidente quando se considera
que o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) representou 88,5% da receita tributária.
Esse aumento da arrecadação, associado às políticas de contenção de
despesas do governo, resultou num
superávit primário (que exclui o pagamento de juros) de R$ 3,7 bilhões.
O total de empregados do Estado era
de 1,21 milhão em dezembro de
2004, o que representa uma diminuição de 83,7 mil funcionários a partir
de dezembro de 1994.
Nesse período, houve uma redução
de 170,9 mil trabalhadores ativos,
mas o número de inativos e pensionista aumentou em 87,2 mil. A participação das despesas com pessoal na
receita corrente líquida caiu de 55,3%
em 2003 para 52% em 2004, dentro
do teto legal de 60%.
O principal problema está na dívida
estadual, que saltou de R$ 97,9 bilhões, em dezembro de 2003, para
R$ 110,3 bilhões, em dezembro de
2004. Esse aumento de R$ 12,4 bilhões ocorreu apesar do pagamento
de R$ 5,5 bilhões em amortizações e
juros. As novas operações de crédito
somaram apenas R$ 548 milhões.
Esses dados parecem demonstrar o
equívoco de utilizar o IGP como indexador das dívidas dos Estados e
municípios -sobre as quais já incidem juros. Essa decisão foi tomada
no momento da renegociações das
dívidas estaduais e municipais com a
União. O IGP, índice que reflete as
variações dos preços do atacado, subiu nos últimos anos acima da inflação ao consumidor. A despeito do
esforço realizado pelo Estado de São
Paulo, a relação entre dívida e receita
estaduais se encontrava no final do
ano passado em 2,23, ou seja, 0,23
ponto percentual acima do limite legal estipulado pelo Senado Federal.
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