São Paulo, segunda-feira, 07 de fevereiro de 2005

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PRESSÃO SOBRE O IRÃ

A nova secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, declarou durante recente visita a Londres que seu país não tem - "por enquanto"- planos para atacar militarmente o Irã. Disse existir ainda um razoável arsenal de pressões diplomáticas para que a república islâmica cumpra seus compromissos com a comunidade internacional.
A suspeita de que a administração George W. Bush se preparava para atacar aquele país fundamentava-se, em parte, na rumorosa reportagem publicada em dezembro pela revista "New Yorker", que fornecia detalhes sobre a discussão da alternativa bélica na Casa Branca e no Pentágono.
O mais provável é que não fosse algo semelhante ao planejado para o vizinho Iraque. Tratar-se-ia, por exemplo, de bombardear instalações nucleares iranianas, que Washington suspeita de estarem clandestinamente empenhadas na produção de armas atômicas.
O Irã possui um histórico de 26 anos de conflitos agudos com os EUA, desde que, em 1979, o aiatolá Ruhollah Khomeini instituiu um regime confessional xiita, visceralmente avesso aos valores ocidentais. O país, convém lembrar, foi qualificado pelo presidente Bush como um dos integrantes do "eixo do mal".
Uma intermediação de países europeus permitiu que, no ano passado, a AIEA, órgão das Nações Unidas para questões de proliferação nuclear, voltasse a inspecionar as instalações atômicas iranianas. A Casa Branca, porém, não chegou a respirar aliviada. Seus serviços de inteligência teriam informações de que há um programa nuclear paralelo voltado para finalidades militares -numa ameaça a Israel que não seria tolerada.
As declarações de Condoleezza Rice, embora com alguma ambigüidade, ao menos retiram do horizonte imediato ações bélicas contra o Irã. A diplomacia ganha uma oportunidade, mesmo porque as dificuldades no Iraque não parecem permitir que se abra um novo confronto militar.


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