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PRESSÃO SOBRE O IRÃ
A nova secretária de Estado
dos EUA, Condoleezza Rice,
declarou durante recente visita a Londres que seu país não tem - "por
enquanto"- planos para atacar militarmente o Irã. Disse existir ainda
um razoável arsenal de pressões diplomáticas para que a república islâmica cumpra seus compromissos
com a comunidade internacional.
A suspeita de que a administração
George W. Bush se preparava para
atacar aquele país fundamentava-se,
em parte, na rumorosa reportagem
publicada em dezembro pela revista
"New Yorker", que fornecia detalhes
sobre a discussão da alternativa bélica na Casa Branca e no Pentágono.
O mais provável é que não fosse algo semelhante ao planejado para o
vizinho Iraque. Tratar-se-ia, por
exemplo, de bombardear instalações
nucleares iranianas, que Washington suspeita de estarem clandestinamente empenhadas na produção de
armas atômicas.
O Irã possui um histórico de 26
anos de conflitos agudos com os
EUA, desde que, em 1979, o aiatolá
Ruhollah Khomeini instituiu um regime confessional xiita, visceralmente avesso aos valores ocidentais.
O país, convém lembrar, foi qualificado pelo presidente Bush como um
dos integrantes do "eixo do mal".
Uma intermediação de países europeus permitiu que, no ano passado, a
AIEA, órgão das Nações Unidas para
questões de proliferação nuclear,
voltasse a inspecionar as instalações
atômicas iranianas. A Casa Branca,
porém, não chegou a respirar aliviada. Seus serviços de inteligência teriam informações de que há um programa nuclear paralelo voltado para
finalidades militares -numa ameaça a Israel que não seria tolerada.
As declarações de Condoleezza Rice, embora com alguma ambigüidade, ao menos retiram do horizonte
imediato ações bélicas contra o Irã. A
diplomacia ganha uma oportunidade, mesmo porque as dificuldades
no Iraque não parecem permitir que
se abra um novo confronto militar.
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