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Disputa até o fim
ATÉ POUCOS meses atrás,
dava-se como certo que os
democratas venceriam a
eleição presidencial norte-americana e que Hillary Rodham
Clinton era a postulante favorita
para a indicação do partido. A
evolução das prévias acabou com
essas "previsões".
O saldo da votação nos 22 Estados em que os democratas realizaram prévias anteontem -na
chamada Superterça- é uma
disputa mais do que nunca acirrada entre Hillary e Barack Obama. A senadora por Nova York
guarda um leve favoritismo, mas
a perspectiva é que a contenda
siga indefinida pelas próximas
semanas, talvez meses.
Hillary tem a seu favor o apoio
do eleitorado feminino, melhor
conhecimento de economia
-importante num quadro de recessão- e a preferência da máquina partidária, o que tende a
ganhar importância no contexto
de disputas apertadas.
Já Obama tem a vantagem de
mobilizar novos contingentes de
eleitores, sobretudo negros e jovens que não costumam comparecer às urnas -nos EUA, o voto
é facultativo. Ele encarna a mudança, o que pode ser um trunfo,
dada a fadiga deixada por oito
anos sob George W. Bush.
O risco para os democratas é o
prolongamento do processo de
prévias degenerar numa custosa
luta fratricida, na qual os potenciais candidatos se enfraqueçam.
É justamente essa a esperança
dos republicanos. O senador
John McCain emerge da Superterça já na condição de virtual indicado. Terá, portanto, tempo
para reorganizar suas finanças
-enquanto os democratas seguirão gastando- e para tentar aparar eventuais arestas intrapartidárias que as prévias tenham
deixado.
Ao que tudo indica, a sucessão
de George W. Bush será tão imprevisível e atribulada quanto foi
a sua ascensão.
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