São Paulo, quinta-feira, 07 de fevereiro de 2008

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Disputa até o fim

ATÉ POUCOS meses atrás, dava-se como certo que os democratas venceriam a eleição presidencial norte-americana e que Hillary Rodham Clinton era a postulante favorita para a indicação do partido. A evolução das prévias acabou com essas "previsões".
O saldo da votação nos 22 Estados em que os democratas realizaram prévias anteontem -na chamada Superterça- é uma disputa mais do que nunca acirrada entre Hillary e Barack Obama. A senadora por Nova York guarda um leve favoritismo, mas a perspectiva é que a contenda siga indefinida pelas próximas semanas, talvez meses.
Hillary tem a seu favor o apoio do eleitorado feminino, melhor conhecimento de economia -importante num quadro de recessão- e a preferência da máquina partidária, o que tende a ganhar importância no contexto de disputas apertadas.
Já Obama tem a vantagem de mobilizar novos contingentes de eleitores, sobretudo negros e jovens que não costumam comparecer às urnas -nos EUA, o voto é facultativo. Ele encarna a mudança, o que pode ser um trunfo, dada a fadiga deixada por oito anos sob George W. Bush.
O risco para os democratas é o prolongamento do processo de prévias degenerar numa custosa luta fratricida, na qual os potenciais candidatos se enfraqueçam.
É justamente essa a esperança dos republicanos. O senador John McCain emerge da Superterça já na condição de virtual indicado. Terá, portanto, tempo para reorganizar suas finanças -enquanto os democratas seguirão gastando- e para tentar aparar eventuais arestas intrapartidárias que as prévias tenham deixado.
Ao que tudo indica, a sucessão de George W. Bush será tão imprevisível e atribulada quanto foi a sua ascensão.

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