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O impacto dos EUA
Emergentes dependem menos da economia dos Estados Unidos, mas América Latina é exceção, afirma estudo do FMI
OS SINAIS reiterados de
desaceleração na economia americana, com
as quedas nos preços e
na quantidade de imóveis vendidos e construídos, trazem preocupações aos investidores e aos
governos dos diferentes países.
Teme-se que o aumento da inadimplência nos financiamentos
imobiliários nos EUA contraia o
crédito e restrinja o consumo e
os investimentos
-com repercussões na economia
mundial.
Um aspecto
atenuante para
esse diagnóstico
acaba de ser divulgado pelo
FMI. Segundo a
publicação "Panorama Econômico Mundial",
reduziram-se os
impactos da economia americana na dinâmica
da produção global. Uma desaceleração da maior economia do
planeta já não se propagaria hoje
com a mesma força de crises anteriores.
Pelo método da paridade do
poder de compra, que procura
comparar a capacidade de adquirir bens e serviços das moedas
nacionais, a participação dos
EUA no PIB global caiu de 28%
em 1950 para 20,5% em 2005.
Entre os países desenvolvidos, a
região européia também perdeu
participação, enquanto o Japão
ganhou (até 1990).
Nesse período de 55 anos, os
países em desenvolvimento galgaram mais de 10 pontos percentuais. A sua participação no PIB
global chegou a 50,5% em 2005.
Esse movimento foi impulsionado pela Ásia, sob a liderança da
China, que passou a responder
por 14% do PIB global, e da Índia,
com 5,7%. Houve também a queda da participação dos países do
Leste Europeu e antiga União
Soviética, de 13,3% para 6% no
mesmo período. O Brasil respondia por 1,7% do PIB global em
1950 e passou para 2,7%.
Reconhecer os avanços dos
países em desenvolvimento, no
entanto, não implica desconsiderar o papel crucial desempenhado pelo dólar e
pelo sistema financeiro americano no
mercado de capitais mundial. Tampouco significa desprezar a importância da demanda
americana para o
comércio global.
O FMI alerta que,
contrariando a regra geral, a crescente integração financeira e comercial
ampliou o potencial de repercussão das turbulências americanas
para alguns países. Os impactos
seriam maiores na América Latina, sobretudo nas economias
mexicana e brasileira.
O Brasil vem tomando medidas preventivas a esse respeito:
melhorou bastante seus indicadores de solvência externa e diversificou seus parceiros comerciais nos últimos anos. Se terão
sido suficientes para evitar um
eventual contágio em níveis dramáticos, o tempo dirá.
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