São Paulo, segunda-feira, 07 de abril de 2008

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Resfriamento global

O FUNDO Monetário Internacional reduziu suas projeções sobre o desempenho da economia mundial de 4,1% para 3,7% em 2008. A desaceleração está associada à contração do crédito, sobretudo nos EUA, em decorrência da crise das hipotecas. O FMI estimou o crescimento da economia americana em 0,5%, o dos países da área do euro em 1,3%, o do Japão em 1,4% e o da China em 9,3%.
A despeito do desaquecimento, a expansão dos países emergentes, avalia o Fundo, será menos afetada. A alta nos preços das commodities -75%, descontada a inflação, desde 2000- favoreceu as exportações dos países em desenvolvimento. Os saldos comerciais permitiram a redução das dívidas externas e a ampliação das reservas internacionais, o que diminuiu a vulnerabilidade a turbulências globais.
Para o FMI, a alta nos preços de alimentos, minerais e petróleo deverá persistir, mesmo com a recessão nos EUA. Tal "descolamento" estaria relacionado a vários fatores. Há problemas de oferta em alguns produtos, baixos estoques em outros e demanda elevada. Há também volume crescente de aplicações financeiras nos mercados futuros de commodities.
Os produtos agrícolas e minerais respondem por 50% a 60% das exportações brasileiras. Em 2007, renderam US$ 75 bilhões. Para este ano, as previsões indicam US$ 100 bilhões.
O relatório do FMI endossou análises relativamente otimistas sobre o desempenho de países como o Brasil em meio à turbulência financeira. É preciso lembrar, contudo, que não há seguro duradouro para o caso de uma crise profunda nos EUA.


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