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Chuvas
"O Rio de Janeiro, que reclama da
possível redução dos royalties do
petróleo, organizará a Copa do
Mundo de 2014 e a Olimpíada de
2016, porém, debaixo d'água, precisa reagir imediatamente e mostrar
infraestrutura e serviços para minimizar os impactos das chuvas nos
morros e das águas que se espalham
por todos os cantos, interrompendo
a normalidade da vida.
A exemplo do que aconteceu em
São Paulo, que sofreu com chuvas
torrenciais, é preciso mostrar "urbi
et orbi" que somos competentes para regular esses eventos, sem vexame ou fiasco."
CARLOS HENRIQUE ABRÃO (São Paulo, SP)
Eleições
"A cada eleição, fico mais enojada
com o oportunismo dos candidatos.
A preocupação não é acabar com
os problemas do Brasil, mas, sim,
achar uma tática infalível de obter
votos, a qualquer custo.
Hoje, o PSDB não pode achar que
a política econômica e os programas sociais do PT sejam oportunos
a ponto de serem mantidos. Isso é
uma crítica que faz a candidata do
PT à Presidência.
Mas, na eleição do senhor Lula,
ele teve até que assinar termo de
compromisso de que não mudaria
algumas políticas do PSDB.
Eu pergunto então aos candidatos: quando é para beneficiar o seu
próprio grupo pode-se mudar de
posição?
É de enojar. É só oportunismo,
em todos os lados da nossa politicagem brasileira.
O povo deveria levantar esta bandeira: se no governo temos algo
dando certo, deveríamos exigir que
o próximo governante desse continuidade a esse trabalho."
SILVIA MARIA DE ALMEIDA SÃO PEDRO (São Paulo, SP)
Voto do preso
"Surpreende que alguns possam
alegar que o voto dos presos será
através do cabresto das facções criminosas ("A segurança do processo
eleitoral", "Tendências/Debates",
3/3). Esse argumento, aliás, foi
também utilizado na Constituinte
de 1988, em relação ao voto dos
analfabetos, assim como na década
de 30, quando diziam que a mulher
acompanharia o voto do marido ou
do irmão.
Realizamos eleição dentro do
Presídio Central de Porto Alegre
(maior presídio da América Latina,
com 5.000 pessoas presas), presídio
este com diversas facções criminosas, e o resultado da votação acompanhou o do eleitor em liberdade
-inclusive no referendo sobre o desarmamento!
Não permitir o acesso às urnas
por haver possibilidade de pressão
externa existe e sempre existirá.
Porém ninguém pode ter o acesso
às urnas negado por haver essa possibilidade. Fosse assim, diante da
pressão do poder econômico, quantos no país não poderiam votar?
Excluir a população do sufrágio
universal não é o caminho democrático. O caminho é criar mecanismos para combater eventual pressão. Voto aos presos, sim!"
RODRIGO PUGGINA, advogado, membro da comissão CNJ-TSE, coordenador do Movimento pela
Consciência Prisional e do Movimento pelo Voto
do Preso pelo IAJ (Porto Alegre, RS)
Educação
"Sobre o artigo "USP, até quando
para tão poucos?" ("Tendências/Debates", ontem), creio que, na melhor
das hipóteses, os alunos que o escreveram são desinformados; na
pior, são mal-intencionados.
Dizem que é tímida a política da
USP de aumentar de 26% para 30%
o número de alunos vindos da rede
pública. Mas esse é um problema
não só da USP, mas das escolas públicas. Lutemos por elas, e não contra quem pouco pode fazer.
Solicitar que estudantes participem do processo seletivo é outra
ideia enviesada. O que alunos saberão fazer melhor do que profissionais formados?
Que reclamem por melhores profissionais e não sejam tão arrogantes a ponto de achar que fazem melhor do que eles.
Por fim, dizer que a USP é "controlada" historicamente pelo mesmo grupo (provavelmente a "diabólica burguesia") é querer fazer propaganda político-partidária em vez
de buscar resolver os problemas da
universidade."
PAULO MACETA, engenheiro formado pela USP (Jundiaí, SP)
"A leitura do artigo "USP, até
quando para tão poucos?", dos estudantes da USP, fez-me lembrar do
livro "Educação não É Privilégio"
(1957), de Anísio Teixeira. O saudoso pedagogo, e um dos maiores que
o Brasil já teve, patrono do Inep, registrou em seu livro: "Não desmerecemos nenhum dos esforços para a
educação ulterior à primária, mas
reivindicamos a prioridade número
um para a escola de que dependem
todas as escolas: a escola primária".
No Brasil, o problema da educação está na falta de sincronia no sistema escolar. É preciso que o sistema escolar -educação básica e ensino superior- funcione como um
conjunto de elementos relacionados entre si, de modo coerente. Cada fase da escolaridade deve guardar correspondência com a outra,
não pode nunca funcionar de modo
estanque, uma ignorando a outra.
A prioridade sempre esteve em
atender o ensino superior em detrimento da educação básica.
Como exemplo, temos o ensino
fundamental e médio do Estado de
São Paulo, que se encontram em total descalabro."
RODOLPHO PEREIRA LIMA, professor aposentado
do magistério do Estado (Bauru, SP)
"Os autores do artigo sobre a USP
tentam justificar a invasão do Coseas levando o leitor a acreditar que
ela é um protesto contra as políticas
de permanência estudantil. Mas escondem que a invasão ocorre em retaliação à tentativa da universidade
de controlar quem vive no Crusp,
ameaçando, assim, os inúmeros não
alunos, famílias inteiras até, que lá
vivem à custa do dinheiro público e
tomam vagas de quem realmente
estuda na universidade."
DANIEL KALIL FRANULOVIC (São Paulo, SP)
Golfinhos
"Em relação à reportagem "Golfinho famoso ofusca primos em risco"
(Ciência, 4/4), não é verdadeira a
afirmação do oceanógrafo da Furg,
Eduardo Secchi, de que a empresa
"investe mais em espécies que têm
apelo visual e quase nada em espécies que realmente têm problemas
de conservação".
O projeto Golfinho-Rotador -espécie da qual não há dados suficientes para afirmar se está ou não em
extinção- fez com que a frequência
dos cetáceos continuasse a mesma
em Fernando de Noronha desde
1990, mesmo com o crescimento do
turismo local.
O projeto foi um dos principais
responsáveis pela publicação do
decreto 6.698 (2008), que trata da
preservação e da proteção desses e
de outros cetáceos, permitindo a
pesquisa científica e o aproveitamento turístico ordenado.
A Petrobras patrocina projetos
ambientais em todo o Brasil que tenham foco em três linhas: reduzam
riscos de destruição de espécies e
habitats aquáticos ameaçados; melhorem a qualidade dos corpos hídricos; contribuam para a fixação
de carbono e emissões evitadas de
gases causadores do efeito estufa."
LUCIO MENA PIMENTEL, gerente de imprensa da comunicação institucional da Petrobras
(Rio de Janeiro, RJ)
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